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Bloqueio surpresa na BR-367 por indígenas causa caos em Porto Seguro; motivo ainda é desconhecido

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A manhã desta segunda-feira (17/11) começou com um intenso transtorno para moradores, trabalhadores, turistas e motoristas que dependem da BR-367, em Porto Seguro. Indígenas bloquearam completamente a rodovia nas proximidades da Barraca do Gaúcho, impedindo o fluxo de veículos nos dois sentidos e provocando um congestionamento que se estende por vários quilômetros.

A manifestação pegou a todos de surpresa. Até o momento, não há qualquer informação oficial sobre o motivo do bloqueio repentino, que não foi anunciado previamente — embora alguns indícios de que algo estava por ocorrer já chamavam atenção.

Ocas montadas e clima de tensão

Há dias, os indígenas haviam montado ocas improvisadas com palhas de coqueiro às margens da rodovia, o que levantou especulações sobre uma possível mobilização. No entanto, não se sabe se houve diálogo prévio com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pela jurisdição do trecho.

A ausência de informações oficiais transformou o local em um cenário de incerteza e tensão. O bloqueio começou por volta das 7h e, até o fechamento desta matéria, permanece sem sinais de ser encerrado.

 

Transtornos generalizados

As consequências foram imediatas e graves. Há relatos de pessoas doentes dentro de veículos, impossibilitadas de seguir viagem para hospitais e postos de saúde. Turistas a caminho de aeroportos e rodoviárias também estão retidos, alguns perdendo horários de embarque e reservas programadas.

A situação ficou ainda mais complicada quando motoristas tentaram desviar pelo atalho da Reserva da Jaqueira, mas o plano foi frustrado após a queda de um veículo em uma ponte no trajeto alternativo, deixando até mesmo a rota paralela inutilizável.

Indígenas exigem presença da Polícia Federal

Segundo informações colhidas no local, os líderes indígenas afirmam que só dialogarão após a chegada de representantes da Polícia Federal (PF). Até agora, entretanto, nenhuma equipe da PF compareceu ao bloqueio, e não há previsão de quando — ou se — isso ocorrerá.

Sem essa presença, dizem os indígenas, o bloqueio não será interrompido.

O impasse entre direitos: protestar x ir e vir

O episódio reacende uma discussão complexa e delicada. Embora seja legítimo e constitucional o direito dos povos indígenas de protestar, reivindicar direitos e buscar melhorias para suas comunidades, também é verdade que não se pode suprimir outro direito fundamental: o direito de ir e vir, igualmente garantido pela Constituição.

O bloqueio total de uma rodovia federal, sem alternativas viáveis e sem aviso prévio, coloca em risco não apenas a mobilidade, mas também a saúde e a segurança de centenas de pessoas que nada têm a ver com o conflito estabelecido — criando um cenário de tensão que exige equilíbrio, diálogo e mediação por parte das autoridades competentes.

Conselho de Caciques e Lideranças Pataxó repudiam a ação

Em uma Carta de Repúdio, o Conselho rechaçou o bloqueio  e se eximiu da ação. O Conselho também não reconhece a legitimidade do grupo responsável pela ação, e condena a invasão de brejos e mangues que, segundo as lideranças, não condizem com a luta do povo Pataxó, focada na preservação e sustentabilidade do meio-ambiente.

Veja a Carta na íntegra e nota de esclarecimento de representantes indígenas locais no final da matéria:

Rodovia segue fechada e sem perspectiva de liberação

A BR-367, uma das principais rotas turísticas e logísticas de Porto Seguro, permanece completamente bloqueada após várias horas, gerando impacto significativo tanto na economia local quanto na rotina da população.

Enquanto motoristas aguardam sob sol forte e sem informações claras, a expectativa é que a Polícia Federal, a PRF e demais órgãos federais iniciem negociações que possam devolver a normalidade à região.

Até o momento, nenhuma solução foi anunciada.

Imagens: Narrima IFBA

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