Teve início nesta terça-feira (9/09) o julgamento da Trama Golpista que, segundo a Procuradoria-Geral da República, pretendia manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder por meio de um golpe de Estado. O processo histórico envolve Bolsonaro e outros sete acusados considerados parte do chamado Núcleo Crucial da trama, formado por militares de alta patente, ex-ministros e assessores diretos.
No primeiro dia de análise, dois ministros já votaram pela condenação dos réus, formando um placar inicial de 2 a 0 contra Bolsonaro e os demais acusados. Os votos inaugurais foram considerados duros e detalhados, respaldados em uma extensa documentação reunida pela acusação, incluindo atas, mensagens interceptadas, minutas e registros de reuniões que, segundo o Ministério Público, comprovariam a conspiração.
Um dos destaques foi o voto do ministro Flávio Dino, que acompanhou integralmente a posição do relator. Em sua manifestação, Dino fez questão de frisar a gravidade dos crimes julgados, afastando qualquer possibilidade de perdão ou benevolência:
“Não cabe anistia para quem atenta contra o Estado Democrático de Direito. Este julgamento é um marco da nossa democracia e reafirma que não se pode transigir com ações que visam destruir a Constituição e a soberania popular.”
O ministro ressaltou ainda que os atos descritos pela acusação não se tratam de divergências políticas, mas de uma ofensiva planejada para usurpar o poder e subverter a ordem democrática.
Com o placar de 2 a 0, cresce a expectativa em torno dos votos dos demais sete ministros, que darão sequência ao julgamento nos próximos dias. A decisão final poderá definir não apenas as penas dos acusados, mas também sinalizar como o Judiciário pretende consolidar limites institucionais contra futuras tentativas de ruptura democrática.