A mulher que foi assassinada a marretadas pelo próprio marido em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, deixa duas filhas, de 5 e 12 anos. As duas meninas presenciaram a morte de Laina Santana Costa Guedes e a mais velha chegou a ficar ferida ao tentar defender a mãe. As informações são da TV Bahia.
Laina tinha 37 anos, era contadora e morava em um condomínio no bairro do Caji com a família. Ontem à noite, ela foi agredida até a morte pelo companheiro, Ramon de Jesus Guedes. Ele pulou pela janela do imóvel para tentar fugir, ficando ferido, mas foi alcançado e detido por vizinhos até a chegada da Polícia Militar, quando foi preso em flagrante.
Vídeos de vizinhos mostram o homem acertando Laina com vários golpes, depois da vítima se arrastar para a varando do apartamento pedindo socorro. Ainda é possível perceber que alguém tenta impedir o agressor de seguir batendo na mulher, mas essa pessoa é jogada para dentro da casa e os golpes continuam, mesmo com os gritos dos vizinhos.

Ferida, Laina chegou a ser socorrida para o Hospital Municipal de Cajazeiras, mas acabou tendo a morte confirmada na unidade. A filha de 12 anos do casal foi atendida na UPA de São Cristóvão e tem estado de saúde estável. Para a TV Bahia, o tio da garota disse que tentou conversar com a menina para saber se houve briga entre o casal antes do crime, mas ela não soube explicar e ainda estava perplexa com todo episódio.
Apesar de vizinhos relatarem que tinham ouvido o casal brigar na semana anterior ao crime, a família não tem conhecimento de outros episódios de violência nem de casos em que Laina foi agredida.
Vizinho presenciou crime
Em entrevista à Record, o perito que estava no local falou um pouco do episódio. “No interior do apartamento, a família estava presente, as filhas. Uma delas foi golpeada também, está sendo atendida na UPA. Toda ação aconteceu no final da noite, o agressor foi contido pela população e entregue à Polícia Militar”, disse. “Com relação á perícia, estado geral de desalinho da casa, projeções de sangue de todo tipo, gotejamento, impacto, nas paredes, tendo em vista a violência da ação dele”, narrou. Ele disse que a casa não é muito grande. “Como é uma ação que transcorre com movimentação, tentativa de fuga, agressor vai e volta, se estendeu em todo ambiente interno. Sala, quartos, cozinha (…) Principalmente a varanda”.
Um vizinho identificado como Gabriel contou à Record que o casal era reservado. Ele filmou parte da agressão. “Não era um casal que descia muito, acredito que por ele ser um tipo de marido tóxico, eles ficavam muito em casa”, disse.
Gabriel estava indo para a área da piscina quando ouviu gritaria e pedido de socorro. “A briga todo começou, eles estavam ouvindo música em casa, aparentemente ele estava bêbado, sentiram cheiro de bebida nele…”, acrescentou. “A mulher foi para varanda para todo mundo ver a cena e foi aí que ele começou a dar martelada na cabeça dela. Ele já estava agredindo-a com socos e aí ele pegou o martelo para matar mesmo, porque a mulher já tinha apanhado e as meninas (filhas) tentado defender, mas não conseguiram”.
O vizinho diz que o suspeito foi salvo de ser agredido até a morte pela polícia. “Ele só não foi linchado por causa dos policiais que moram aqui, chegaram no momento com arma para conter ele, caso tentasse fugir. Ele foi escalando, estava no quarto andar, foi descendo, no primeiro ele bateu as costas e caiu. O povo deu alguns chutes, mas o policial chegou e impediu que a população linchasse ele”, contou.
Gabriel diz que os vizinhos temeram se aproximar porque o homem estava muito violento. “Eu pensei em subir com uma taça, mas meu amigo também subiu com cacetete, mas foi por isso que ele tentou pular também, porque ficou com medo”.
O corpo da contadora será sepultado na tarde de hoje no Cemitério Bosque da Paz, na capital baiana.
A Polícia Civil da Bahia confirmou que o suspeito foi autuado em flagrante na 27ª Delegacia Territorial (27ª DT) pelo crime de feminicídio.
Fonte: Correio