Prefeita afastada Claudia Oliveira reassume prefeitura de Porto Seguro.

Numa cerimônia indiferente, sem brilho e sem calor, a prefeita afastada por graves denúncias de fraudes em licitações e inúmeras irregularidades, formuladas e desvendadas pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal, Claudia Oliveira, retornou ao cargo nesta terça-feira, 10/04.

Com a presença de secretários municipais, vereadores e colaboradores próximos, a cerimônia se apequenou com a ausência do principal protagonista; A população.

Pelo visto, não era este o desejo da grande maioria dos munícipes. Não por não ter sida convidada-decerto não compareceria-, mas pelo sentimento e a convicção do retorno ao cargo de uma gestora suspeita de ilícitos, negligente e complacente com as graves denúncias reveladas.

O fato é que a insegurança política e administrativa perdurará. Os crimes apurados pela polícia federal aguardam o acatamento, pela justiça federal, para que a mesma retorne aos tribunais para explicar o destino dos R$250 milhões, que, segundo a PF, foram desviados dos cofres municipais.

A transformação dos suspeitos em réus é tida como certa pelas autoridades federais, no que pese a campanha da “imprensa do bem” e da rádio oficial do grupo da prefeita – ávidos em retomarem suas mamatas e recuperar a “boquinha”-, de que a prefeita afastada é inocente. Não conheço nenhum político acusado de corrupção, mesmo comprovada, que se declare culpado. Aqui não seria diferente.

O curioso nos acontecimentos é que a prefeita afastada teve o seu retorno decidido na quarta-feira passada, 04/04, e somente hoje é que foi, oficialmente, empossada novamente.

No denominado trio “fraternos”, ela foi a última a ser agraciada com a ação. O marido, afastado em Eunápolis, e o irmão, afastado em Sta. Cruz Cabrália, já haviam sido reempossados em cerimônias realizadas na semana passada.

Aqui, em porto Seguro, aconteceu um fato inusitado, que gerou muitas especulações e que não poderíamos deixar de registrar.

O vice-prefeito que substituiu a prefeita durante um período de 05 meses, Beto Nascimento, alegando demandas inadiáveis, protocolou ofício na câmara de vereadores, pedindo licença por trinta dias do cargo que vinha ocupando, abrindo espaço para que o presidente da câmara, Evaí Fonseca assumisse o cargo de prefeito. A leitura da ação intempestiva foram as mais variadas possíveis; briga interna, acordão, desincompatibilização para se candidatar a deputado, se distanciar do “olho do furacão”, enfim, façam suas apostas!

Com relação à recondução ao cargo, da prefeita afastada, acontecer somente hoje, a “imprensa do bem” e os colaboradores próximos atribuem à uma viagem que a mesma realizou ao interior de São Paulo, para pagar promessa feita a um santo da localidade, caso retornasse ao cargo.

Ao que parece, nem os santos locais têm prestigio com esta administração. Tanto santo temos por aqui; só padroeira temos duas. Mas a prefeita, assim como nas escolhas das empresas para prestar serviços para o município, foi fazer sua profissão de fé, lá nos “cafundó do Judas”.

É como diz o ditado: “Santo de casa não faz milagres”