Uma pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 5 e 6 de dezembro de 2019 e publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em janeiro de 2020 aponta que 50% dos brasileiros são católicos, 31% evangélicos e 10% não possuem uma religião. Diante disto, é possível afirmar que o período de Páscoa, para a maioria destas pessoas, é de grande importância, afinal, é nesta época que as famílias costumam cumprir a tradição de se reunir. Na Sexta-Feira Santa é relembrada a crucificação de Jesus e a sua morte no calvário, e no Domingo de Páscoa é o dia de comemorar a ressurreição do Cristo. Mas como fazer isso atualmente com a pandemia do novo coronavírus assolando o mundo?
“Nós estamos privados das nossas celebrações, mas agora é hora de cultivar com mais força esse amor e a fidelidade a Deus. É o que desejamos e precisamos, especialmente, nesta Semana Santa”, diz o Padre Wellington Santos, reitor do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, conhecida como a padroeira dos muneiros
O novo coronavírus está mudando os hábitos dos católicos. Está proibido o acesso a diversos e sagrados santuários. Difícil imaginar que lugares tão bonitos e tão importantes para os fiéis ficariam vazios, em plena Semana Santa. O caminho da via sacra, que todos os anos recebe milhares de peregrinos na sexta feira da paixão, dessa vez, ficará sem visitantes. Boa parte da quaresma, período de 40 dias que antecede a páscoa, está sendo em quarentena.
Quaresma e quarentena são palavras muito próximas. “O número 40, na simbologia bíblica, significa tempo de purificação. Tais como os 40 dias de Jesus no deserto, os 40 dias e 40 noites de chuva de Noé, no tempo do dilúvio. E a quarentena tem esse sentido, apesar de ser um termo cunhado na idade média”.
Apesar do isolamento social, os fiéis não estão ficando sem missas. Elas estão sendo transmitidas ao vivo pelos meios de comunicação da arquidiocese e redes sociais.
Dentro da igreja, além do padre, ficam apenas três pessoas: os colaboradores responsáveis pelas leituras e pelas músicas. Quatro câmeras fixas são controladas por uma equipe que fica dentro de uma sala, cuidando da transmissão. Adaptações necessárias em tempo de pandemia, mas que não fazem a fé e a oração perderem força.
Nós não vamos comer juntos como irmãs e irmãos em uma igreja pelas próximas semanas, então vamos começar a lembrar que sempre que comermos devemos ser gratos.
Podemos nos reunir à mesa agora para celebrar a Semana Santa e, em nosso espaço doméstico, entrar em Jerusalém com Jesus, recordar sua última ceia com seus discípulos na quinta-feira, regozijar-se com sua vitória sobre o pecado e a morte quando ele foi exaltado na cruz na Sexta-feira Santa, espere por ele durante as horas do sábado e cante nosso “Aleluia de Páscoa” na mesma mesa no próximo domingo.