O plano de vacinação contra Covid-19 para 2023 foi divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Saúde. Pessoas que fazem parte de grupos de risco serão os primeiros a receber o reforço com os imunizantes bivalentes da Pfizer a partir do dia 27 de fevereiro.
1 – O que são as vacinas bivalentes?
O vírus SARS-CoV-2 vem sofrendo mutações desde o início da pandemia (e isso é normal). Atualmente, a variante dominante no mundo é a ômicron, bem diferente do vírus original.
A vacina monovalente (primeira geração) foi criada em cima da cepa encontrada em Wuhan, na China. Já a vacina bivalente (segunda geração) foi elaborada para oferecer uma proteção extra contra a ômicron e suas subvariantes.
2 – Quem vai poder tomar as vacinas bivalentes?
No Brasil, o reforço com a vacina bivalente começa por grupos mais expostos ao risco da doença e foi dividido em quatro fases, na seguinte ordem de prioridade:
- Fase 1 – Com 70 anos ou mais, pessoas que vivem em instituições de longa permanência (ILP), imunocomprometidas, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;
- Fase 2 – 60 a 69 anos;
- Fase 3 – Gestantes e puérperas;
- Fase 4 – Profissionais da saúde.
Fique atento:
- Só poderá tomar o reforço com a vacina bivalente quem já tiver tomado ao menos duas doses das vacinas contra a Covid monovalentes, que estão sendo ofertadas no SUS desde 2021 (de qualquer laboratório);
- Ou seja: quem só tomou uma dose até agora, vai ter que tomar ainda a segunda dose da primeira versão da vacina para estar apto a tomar a bivalente.
- As vacinas bivalentes da Pfizer estão autorizadas para uso na população a partir dos 12 anos – a Anvisa ainda analisa o pedido para aplicação em crianças de 5 a 11 anos.
3 – Quantas vacinas foram compradas?
Até o fim de janeiro, a Pfizer afirma que irá entregar ao governo brasileiro cerca de 38 milhões de doses de vacinas bivalentes – dessas, 18,7 milhões chegaram ao País ainda em dezembro de 2022.
O cronograma de entregas de fevereiro não foi informado pelo laboratório. Mas, de acordo com Éder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, já estão garantidos 49 milhões de doses bivalentes para vacinar os grupos prioritários.
Segundo outras versões do plano de vacinação do governo, a estimativa é que mais de 39 milhões de pessoas façam parte dessas primeiras quatro fases de vacinação (esse número não conta grávidas, puérperas e imunossuprimidos, que não possuem estimativas exatas).
4 – Por que devemos tomar o reforço com a bivalente?
O objetivo do reforço com a vacina bivalente é expandir a resposta imune específica à variante ômicron e melhorar a proteção da população.
Dados preliminares apontaram que o reforço da bivalente gera uma forte resposta imune, aumentando substancialmente os níveis de anticorpos neutralizantes contra as subvariantes da ômicron.
E as monovalentes? Isso não significa que a vacina de primeira geração é ineficaz. As vacinas monovalentes ainda mantêm a efetividade contra a doença na forma grave e óbitos, desde que as doses sejam aplicadas conforme a recomendação do Ministério da Saúde.
5 – Quantas vacinas da nova geração foram aprovadas pela Anvisa?
A Anvisa aprovou, até agora, duas vacinas bivalentes contra a Covid-19 da Pfizer. A BA.1 protege contra a variante original e contra a ômicron BA.1; a BA.4/BA.5 protege contra a variante original e contra a ômicron BA.4/BA.5.
A agência também recebeu o pedido de registro da vacina bivalente da Moderna, mas ele ainda segue em análise.
6 – Vai ser possível tomar a vacina bivalente em clínicas particulares?
Por enquanto, não. As vacinas bivalentes da Pfizer foram autorizadas pela Anvisa para uso emergencial e, por isso, devem ser destinadas preferencialmente para o SUS.
A oferta em clínicas particulares deve acontecer depois que a Pfizer ou a Moderna tiverem o registro definitivo das vacinas bivalentes no Brasil, concedido pela Anvisa.
Fonte: G1