Poder votar foi um sonho dos jovens nos anos 1980. Depois de pressionar a sociedade e parlamentares, articulados em entidades como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a União Brasileira dos Estudantes (UNE), a conquista veio com uma emenda aprovada pelos deputados constituintes com 355 votos, ante 98 contrários e 38 abstenções.
A adolescente Laís Barbosa de Souza, moradora do Arraial d’Ajuda ,votou pela primeira vez no domingo (07/10) ” O voto é um instrumento que deveria garantir ao cidadão a democracia, fico feliz estar exercendo a cidadania aos 16 anos e com o meu voto ajudar a escolher o representante do meu país. Meus pais conversam comigo sobre tudo, de como ser honesta, gentil,a importância de estudar e me manter informada e querer o bem coletivo”.
Após décadas de ditadura militar, a Assembleia Constituinte era formada por parlamentares escolhidos especialmente para criar a nova Constituição brasileira, esta que vale até hoje, chamada “Constituição Cidadã”. E, por definição da ampla maioria, 30 anos atrás foi definida a emenda de Hermes Zanetti (PMDB-RS): o voto é obrigatório para os adultos a partir de 18 anos e facultativo para cidadãos a partir de 16 anos e acima de 70.
Proclamada em 5 de outubro de 1988, a sétima Carta Magna representou a transição da ditadura para a democracia, ao fim do regime militar que durou de 1964 a 1985. Reconheceu deveres e direitos do povo e instituiu o voto direto para todos os cargos dos poderes Executivo e Legislativo. Foi também a primeira construída com participação popular.
Para os adolescentes, é uma conquista, para o País é algo de que se orgulhar, sendo referência para outras nações”. É um exercício de cidadania que vai além do ‘treino’, como algumas pessoas costumam definir. É exercício pleno de cidadania, oportunidade para fazer-se representado/a e de poder esperar e cobrar respostas dentro desta representação.