O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) anunciou iniciou nesta segunda-feira (19/12) a greve da categoria nos principais aeroportos do país. Os pilotos e comissários devem cruzar os braços todos os dias entre as 6h e 8h. Os trabalhadores rejeitaram em votação virtual realizada no fim de semana a proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Entre os 5,7 mil votantes, 76,4% rejeitaram o oferecido pela mediação do tribunal.
Aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e do Distrito Federal registraram atrasos em voos nesta segunda-feira (19) por causa da greve dos aeronautas.
A paralisação aconteceu das 6h às 8h da manhã após decisão do Tribunal Superior do Trabalho determinar a manutenção de 90% dos aeronautas em serviço. Os aeronautas cobram melhores condições de trabalho e reajustes salariais.
A greve deve se repetir nos próximos dias no mesmo horário e os reflexos dos atrasos dos voos na manhã desta segunda podem causar um efeito cascata, atrasando outras decolagens ao longo do dia.
Veja a situação nos aeroportos
- São Paulo: atrasos
- Campinas: atrasos
- Rio de Janeiro: atrasos e cancelamentos
- Distrito Federal: atrasos e cancelamentos
- Mato Grosso do Sul: atrasos e cancelamentos
- Vitória: voos cancelados
- Confins: voos atrasados
- Goiânia: atrasos e cancelamentos
- Belém: atrasos
Reivindicações da categoria:
- recomposição das perdas inflacionárias;
- melhorias nas condições de trabalho;
- renovação da convenção coletiva de trabalho;
- definição dos horários de início de folgas e
- cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voosOs profissionais ressaltam que os altos preços das passagens aéreas estão gerando altos lucros para as companhias aéreas e os profissionais estão ficando para trás.
A categoria ainda destaca o trabalho durante a pandemia, já que a aviação não parou e continuaram trabalhando, mesmo com reduções nos salários.
A proposta apresentada ontem pelo vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, prevê reposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real de 0,5%. Os percentuais incidem sobre os salários fixos e variáveis.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, orientou aos tripulantes que compareçam aos aeroportos, mas que não façam decolagens entre as 6h e 8h. A greve está prevista para ocorrer em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.
Hacklaender destacou que além do ganho real sobre os salários, a categoria quer melhores condições de descanso. Os trabalhadores reivindicam pontos como a proibição de alteração dos dias de folga e o cumprimento dos limites já fixados do tempo em solo entre etapas de voos. “É óbvio que um tripulante cansado e mal remunerado pode representar um risco à aviação”, ressaltou o presidente do sindicato ao comunicar o resultado da votação da categoria.
Liminar
Na sexta-feira (16/12), a ministra do TST Maria Cristina Peduzzi determinou que deve ser garantido o mínimo de 90% de pilotos e comissários em serviço durante a greve. A decisão foi motivada por uma ação do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
Na decisão, a ministra negou o reconhecimento da abusividade da greve, mas determinou que deve ser mantido percentual mínimo de aeronautas em serviço.