O Portal de notícias de Porto Seguro

Cassação de Adriano Cardoso é vista como injustiça e perseguição política em Eunápolis, apontam lideranças regionais

0

O vereador de Eunápolis, Adriano Cardoso (PP), o mais votado de todo o sul e extremo-sul da Bahia, com mais de 2.700 votos, foi surpreendido nesta quinta-feira (27/11) com a decisão da Justiça Eleitoral que cassou seu mandato, anulou seu diploma e declarou nulos os votos recebidos. A determinação foi proferida pelo juiz Wilson Nunes da Silva, da 23ª Zona Eleitoral.

A decisão atende a uma representação do Ministério Público Eleitoral, que acusa o vereador de suposta compra de votos. Segundo a sentença, haveria promessa e pagamento de R$ 100 antes e R$ 100 depois da eleição para determinados eleitores — prática que o magistrado classificou como de “extrema gravidade”. O juiz entendeu ainda que o esquema teria potencial para comprometer a normalidade do pleito, decretando também a inelegibilidade de Adriano por oito anos.

Acusação de revanche política e articulação do grupo de Robério Oliveira

Adriano Cardoso, no entanto, atribuiu o episódio a uma manobra de revanche política articulada pelo grupo do atual prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira, que, segundo ele, não aceita o apoio já declarado do vereador ao pré-candidato Jânio Natal Júnior, filho do prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal, à Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. A escolha contrariou os interesses do grupo de Robério, que tenta viabilizar a reeleição de sua esposa, a deputada estadual Cláudia Oliveira, derrotada fragorosamente no último pleito municipal por Jânio Natal.

O tensionamento político é agravado pelo histórico da família Oliveira, envolvida em sucessivos escândalos de corrupção, sendo o mais notório a Operação Fraternos, que alcançou Robério, Cláudia e Agnelo Oliveira — à época prefeitos de Eunápolis, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, respectivamente. O caso gerou forte desgaste político na região.

Apoio político crescente e reação imediata

A cassação provocou forte reação de lideranças regionais. O prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal, que vive atualmente um de seus melhores momentos políticos, manifestou sua solidariedade ao vereador, classificando a decisão como injustiça e ato de perseguição.

“Agradeço de coração pelo reconhecimento à nossa caminhada política e pelo apoio à pré-candidatura de Jânio Júnior a deputado estadual. Ainda construiremos grandes conquistas juntos”, declarou o prefeito Jânio Natal.

Diversas outras lideranças do extremo-sul também se posicionaram publicamente, reforçando a confiança na reversão da medida nas instâncias superiores e destacando o histórico de trabalho e a votação expressiva de Adriano Cardoso — vistos como incompatíveis com as acusações.

Confiança na reversão

Adriano afirmou manter “tranquilidade e consciência limpa”, e que a decisão nada mais é do que fruto de uma disputa política que “ultrapassou limites e induziu a Justiça ao erro”. Para Adriano, contudo, a cassação não passa de uma armação política construída pelo grupo do atual prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira, que, segundo ele, tenta retaliar sua decisão de apoiar o pré-candidato Jânio Natal Júnior — filho do prefeito de Porto Seguro — em vez de apoiar a tentativa de reeleição da deputada estadual Cláudia Oliveira, esposa de Robério. O prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal, gravou vídeo em defesa do vereador, classificando a medida como “um absurdo” e expressão clara de perseguição promovida por adversários que perderam espaço político e buscam impedir o avanço de novas lideranças.

Outros nomes de peso da região também se pronunciaram, reforçando que a votação expressiva de Adriano e sua atuação firme na Câmara, especialmente na área de saúde, o que lhe rendeu a alcunha de “Adriano da Saúde”, jamais seriam compatíveis com as acusações apresentadas.

A família Oliveira vive um dos momentos mais delicados de sua trajetória política, marcada por escândalos que culminaram na Operação Fraternos, envolvendo Robério, Cláudia e Agnelo Oliveira em denúncias de corrupção, fraudes e desvios de recursos públicos.

Analistas apontam que o grupo vive um processo de esvaziamento de poder sem precedentes, consequência de má gestão, sucessivas acusações de improbidade, condenações, denúncias de perseguição política e incapacidade de renovar compromissos com a população.

O desgaste se intensificou com recentes decisões da Justiça, como a condenação de 11 anos de prisão para Cláudia Oliveira por desvios de verbas da educação.

Por enquanto, o vereador está afastado do cargo e com o status de inelegível. Entretanto, aliados demonstram confiança plena na reversão da sentença, classificando o episódio como um capítulo temporário de uma disputa política maior, marcada por tentativas de silenciar adversários e conter o avanço de novas lideranças na região.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.