A sessão da Câmara de Vereadores de Porto Seguro desta quinta-feira, 24 de fevereiro, foi marcada por discursos de apoio ao professorado, que ocupou a Casa Legislativa (os 30% possíveis, seguindo os protocolos de segurança devido à pandemia do Covid-19). Do lado de fora, ainda ficou boa parte dos professores, membros do sindicato da APLB.
A categoria busca o atendimento, por parte da Prefeitura Municipal, da legislação no tocante ao pagamento do piso nacional aos professores – 33,24%, decretado pelo presidente Jair Bolsonaro e rechaçado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos), e reposição salarial da inflação -10,6% – aos professores de apoio, além das reformas das escolas, entre outras reivindicações.
Aproveitando a plateia, quase todos os vereadores utilizaram o Pequeno Expediente para declarar apoio, por vezes em discursos acalorados, caso dos edis Robson Vinhas e de Kempes Neville, o Bolinha.
Bolinha, por sua vez, assina o pedido de requerimento que foi votado e aprovado no dia, que trata justamente do tema.
Com uma retórica digna de políticos como o finado Leonel Brizola e o saudoso sociólogo Darci Ribeiro, Bolinha considerou o professor como imprescindível. “Não é gasto, é investimento!”, enfatizou o edil. Praticamente, todos os vereadores seguiram essa linha, em defesa dos professores.
Bolinha apenas esqueceu-se de dizer que, na gestão da fraterna Cláudia Oliveira, cuja administração defendia com “unhas e dentes”, o piso salarial dos professores foi simplesmente ignorado, as escolas sucateadas e maquiadas com a marca das administrações fraternas e, até recursos do FUNDEB, foram utilizados para pagamento ilegal de indenizações por invasão de terras.
Coube, apenas, ao líder de Governo na Câmara, o vereador Dilmo Santiago, um discurso de defesa do Executivo.
Dilmo leu ofícios das Secretarias de Finanças e de Educação, abordando que já existe um diálogo entre a Prefeitura e a APLB, para possível acordo, e que a situação tem recebido uma atenção especial do executivo, que avalia a viabilidade financeira de atender a determinação do presidente.
Mesmo assim, gritos da platéia, questionaram a existência dessa abertura por parte das secretarias municipais.
A discussão seguiu por todo expediente.
Bolinha ainda sugeriu aos professores para que não politizem a questão. Além disso, pediu para que essa situação, além das reformas nas escolas, que já se arrasta há vários anos, não fossem mais colocados na conta das antigas gestões.
Foi quando a presidente da Casa, Ariana Prates, interviu: “não se pode esquecer-se disso, porque eu e outros vereadores que estavam aqui nas outras gestões, sabemos o quanto essas causas foram esquecidas pela antiga administração”.
A APLB segue seu itinerário de manifestações. A próxima ocorre amanhã, sexta-feira, 25 de fevereiro, em concentração marcada para 8h na Praça das Pitangueiras, no centro de Porto Seguro.