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COP30 é aberta em Belém com presença de 196 países e discurso contundente de Lula sobre clima, fome e guerras

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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) foi oficialmente aberta nesta segunda-feira (10/11), em Belém, reunindo delegações de 196 países e um público estimado em 50 mil pessoas, entre autoridades, cientistas, representantes da sociedade civil e lideranças indígenas. O evento marca um momento histórico para o Brasil, que pela primeira vez sedia a principal conferência climática do planeta na Amazônia — símbolo vivo das discussões ambientais globais.

Em seu discurso de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a responsabilidade coletiva diante da crise climática e fez fortes analogias entre as mudanças do clima, a fome e os conflitos armados que assolam o mundo. “Enquanto milhões passam fome e guerras destroem nações, o planeta grita por socorro. O aquecimento global não distingue fronteiras — ele castiga pobres e ricos, mas atinge com mais força os que menos contribuíram para o problema”, afirmou Lula, sob aplausos da plateia.

O presidente ressaltou que a Amazônia é central na solução climática e reiterou o compromisso do Brasil em alcançar emissões líquidas zero até 2050, além de combater o desmatamento ilegal. “A humanidade precisa escolher entre o colapso e a reconstrução. O combate à fome e à desigualdade é parte essencial da luta climática. Não existe justiça climática sem justiça social”, declarou.

Durante as duas semanas de debates, os países discutirão temas cruciais para o futuro do planeta, com destaque para:

-Financiamento climático e fundo de perdas e danos, que busca garantir apoio financeiro a países mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas;

-Transição energética justa, com foco na redução gradual do uso de combustíveis fósseis;

-Proteção das florestas tropicais e biomas estratégicos, como a Amazônia, o Cerrado e o Congo;

-Agricultura sustentável e segurança alimentar;

Compromissos para redução das emissões globais de gases de efeito estufa.

Um dos pontos mais aguardados é a definição de novas metas de financiamento climático, que devem substituir o compromisso anterior — de US$ 100 bilhões anuais prometidos pelos países ricos, mas nunca totalmente cumpridos. Projeções iniciais indicam que o novo fundo global poderá chegar a US$ 250 bilhões por ano, destinados a apoiar projetos de mitigação, adaptação e preservação ambiental em países em desenvolvimento.

Com uma programação intensa ao longo da COP30, Belém vive dias históricos que reforçam o papel da Amazônia no futuro do planeta.

“Estamos aqui para dizer ao mundo que o tempo da inércia acabou. A Amazônia não é obstáculo ao desenvolvimento — é a chave para um novo modelo de prosperidade sustentável”, concluiu Lula.

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