PF classifica como terrorismo ação do homem-bomba em Brasília, candidato pelo PL em Santa Catarina
A Polícia Federal (PF) decidiu investigar como um ato terrorista as explosões registradas nas proximidades do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e do anexo da Câmara dos Deputados, na noite dessa quarta-feira (13/11).
A decisão foi confirmada à coluna pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, na manhã desta quinta-feira (14/11). O inquérito ficará a cargo da Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Diretoria de Inteligência da PF.
Ministros do Palácio do Planalto avaliam que as explosões que resultaram na morte do homem-bomba na frente do STF, na noite da quarta-feira (13/11), “enterram” de vez as chances de o projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro prosperar no Congresso Nacional .
Para auxiliares do presidente Lula, o incidente demonstra que não há espaço para anistia e que é necessário condenar os demais “golpistas”. O responsável pelas explosões, Francisco Wanderley Luiz, já foi candidato a vereador pelo PL de Jair Bolsonaro.
Até então, acredita-se que ele agiu sozinho, mas a investigação segue no sentido de colher elementos e novas informações sobre o caso. Pessoas da família de Francisco disseram que ele esteve em Brasília no início de 2023, nos dias em que ocorreu o 8 de Janeiro.
Francisco Wanderley Luiz, suspeito de detonar explosivos na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (13/11), também recebeu R$ 4.650,00 em recursos do Governo Federal durante a pandemia.
Dados do Portal da Transparência indicam que o auxílio emergencial foi pago em 16 parcelas, entre julho de 2020 e outubro de 2021. O benefício, destinado a trabalhadores informais, desempregados, contribuintes individuais da Previdência e microempreendedores, foi criado para mitigar os impactos da pandemia.
Francisco possuía uma empresa que se enquadra nos critérios de elegibilidade. Após o atentado, uma pessoa identificada como filho de Francisco publicou informações sobre o perfil do pai nas redes sociais.
O que aconteceu
Francisco Wanderley Luiz morreu na noite de quarta-feira (13), após detonar artefatos explosivos na Praça dos Três Poderes. Imagens de câmeras de segurança mostram Francisco caminhando em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) antes das explosões. Ele arremessa um primeiro artefato e é abordado por um segurança, mas consegue escapar. Em seguida, lança outro explosivo, enquanto outros seguranças tentam se aproximar. No desfecho, ele acende o que seria uma última bomba e deita no chão, sendo confirmada a sua morte momentos depois.