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Morre a cantora Angela Ro Ro, ícone da MPB, aos 75 anos

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Na tarde desta segunda-feira, 8 de setembro de 2025, faleceu Angela Maria Diniz Gonsalves, conhecida como Angela Ro Ro, aos 75 anos.

A cantora estava internada no Hospital Silvestre, localizado no bairro Cosme Velho, Zona Sul do Rio de Janeiro, desde meados de junho — por volta do dia 17 — em razão de uma grave infecção pulmonar que evoluiu a complicações renais. Durante esse período, foi submetida a uma traqueostomia e chegou a permanecer na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Na manhã desta segunda, a cantora sofreu uma parada cardíaca enquanto passava por um procedimento cirúrgico, que resultou em seu falecimento. A informação foi confirmada por pessoas próximas, como Laninha Braga — ex-namorada que vinha cuidando dela — e o produtor Paulinho Lima.

Poucos dias antes, Angela havia utilizado suas redes sociais para fazer um apelo emocionado aos fãs: “Sem perspectiva de alta ou cura para trabalhar, humildemente peço ajuda a vocês”, afirmou, revelando dificuldades financeiras diante de sua condição de saúde.

Legado e trajetória

Nascimento: Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1949.

Apelido artístico: “Ro Ro” veio da infância, em referência à sua voz naturalmente rouca e marcante.

Início da carreira: Durante a década de 1970, viajou à Itália, onde conheceu o cineasta Glauber Rocha, e depois foi para Londres. Lá, trabalhou como faxineira, garçonete e lavadora de pratos, além de se apresentar em pubs para se manter.

Retorno ao Brasil:

Novamente no Rio de Janeiro, passou a se apresentar em casas noturnas até ser contratada pela gravadora Polygram/Polydor. Seu álbum de estreia, “Angela Ro Ro” (1979), trouxe composições como “Gota de Sangue”, “Balada da Arrasada”, “Agito e Uso”, “Tola Foi Você” e “Amor, Meu Grande Amor”, tornando-se um marco da MPB.

Álbuns seguintes:

Só Nos Resta Viver (1980) – com destaque nacional, vendeu cerca de 800 mil cópias.

Escândalo! (1981) – muitas vezes relacionado a episódios pessoais e uma música-título composta por Caetano Veloso.

Décadas posteriores: Ao longo dos anos, lançou outros álbuns importantes — Prova de Amor (1988), Ao Vivo – Nosso Amor ao Armagedon (1993), Acertei no Milênio (2000), Compasso (2006), Selvagem (2017) —, além de apresentar um talk-show no Canal Brasil entre 2004 e 2005.

Reconhecimento:

Considerada pela revista Rolling Stone Brasil como uma das maiores vozes da música brasileira, Angela também foi artista importantíssima para a visibilidade LGBTQIA+, sendo uma das primeiras cantoras no país a assumir sua orientação abertamente.

Homenagem a uma voz inconfundível

Angela Ro Ro deixa um legado que vai além das letras e melodias: uma trajetória de luta, arte visceral e honestidade. Sua voz — tanto literal quanto poética — ecoará na memória da MPB, e seu exemplo de resistência e autenticidade segue inspirando.

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