Furacão deixa rastro de mortes, devastação e milhões de desabrigados, na Flórida (EUA)

O furacão Ian provocou inundações “catastróficas” e cortes de energia elétrica na Flórida, onde chegou ontem após passar por Cuba, deixando dois mortos. Os ventos provocados pelo fenômeno passaram de 56 km/h para 240 km/h em um intervalo de pouco menos de três horas, alcançando o território dos Estados Unidos na categoria 4. Ele perdeu intensidade ainda durante a noite, quando a intensidade dos ventos caiu para 120 km/h e o furacão foi rebaixado para a categoria 1 pelo NHC (Centro Nacional de Furacões) do país.

Em Naples, no sudoeste da Flórida, imagens do canal MSNBC mostraram ruas completamente inundadas e carros flutuando na correnteza, enquanto em Fort Myers as inundações transformaram alguns bairros em lagos. Além disso, em todo o estado, cerca de duas milhões de residências ficaram sem energia elétrica. Agora, o Ian deve seguir pelo interior do estado, emergir sobre o Oceano Atlântico e acabar afetando os estados da Geórgia e da Carolina do Sul, segundo previsões do NHC.

Neste ano, a temporada de furacões, que vai de junho a novembro, tem sido considerada de baixa intensidade em número de eventos, em comparação com períodos anteriores. Entretanto, o movimento e o rápido crescimento do furacão Ian, o quarto da temporada, mostram como o surgimento de grandes furações mortais é incontrolável. Em pouquíssimo tempo, a tempestade tropical, formada no mar do Caribe, se transformou em um furacão de categoria 4, a penúltima na escala que vai de 1 a 5. Até então, somente 6% dos furacões apresentaram essa intensificação rápida.

Ian já é considerado um dos mais fortes a atingir a Flórida em toda a história. A chegada de furacões de categoria 4 ao Golfo do México não é comum, observam os meteorologistas. O último registrado foi o Charley, há 16 anos, que atingiu a costa leste na mesma categoria. Algumas regiões da Flórida registram inundações de mais de 5 metros de altura. Um efeito que deve durar por mais tempo, embora o furacão tenha recuado à categoria 1. Um motivo extra que coloca as autoridades em alerta é que boa parte da população não saiu das áreas de maior risco, mesmo depois dos repetidos avisos.

Cientistas têm alertado que o aquecimento das águas dos oceanos e da temperatura terrestre tendem a aumentar a frequência de fenômenos meteorológicos extremos. Essa mudança de paradigma exige um reforço da capacidade de reação das autoridades, a fim de proteger as populações na rota desses furacões. Além do furacão Ian, o tufão Noru, que atingiu o Vietnã ontem, apresentou o mesmo padrão – uma explosão rápida na força dos ventos, passando da categoria 1 a 5, em poucas horas.

*Com informações de AFP e RFI

 

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