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Bloqueios distintos, motivados por mortes de agricultores e por atraso em obras de ponte, afetam o tráfego e preocupam municípios do Extremo Sul baiano

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Desde a quinta-feira (30/10), trechos da BR-101, entre os municípios de Itamaraju e Itapebi, no Extremo Sul da Bahia, permanecem interditados por manifestantes, provocando longos congestionamentos e impactos na rotina de motoristas e transportadores que utilizam a rodovia.

Em Itamaraju, o bloqueio foi promovido por agricultores locais, em protesto contra a morte de dois trabalhadores rurais e o ferimento de um terceiro, em circunstâncias que os manifestantes atribuem a um suposto ataque de indígenas na zona rural do município. O grupo cobra investigação rigorosa e punição dos responsáveis, responsabilizando o governo da Bahia pela falta de segurança e de respostas sobre o caso.

“Queremos justiça. Dois pais de família foram mortos, e até agora ninguém apareceu para dar uma resposta. Se o Estado não agir, nós continuaremos aqui”, declarou um produtor rural e um dos líderes do movimento.

O trecho interditado já acumula engarrafamentos de mais de quatro quilômetros, com o tráfego completamente interrompido nos dois sentidos da rodovia. Policiais Rodoviários Federais acompanham a situação, tentando negociar a liberação parcial da via. “Estamos mantendo diálogo constante com os manifestantes para garantir a segurança de todos e minimizar os impactos na rodovia”, pontuou um inspetor da PRF no local.

Já em Itapebi, o protesto teve início na noite de quinta-feira (30/10) e envolve moradores e lideranças comunitárias que exigem o início das obras de recuperação da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, interditada há meses pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Apesar do anúncio de uma ordem de serviço conjunta do governo federal e do Estado da Bahia, os manifestantes afirmam que nenhum trabalho foi iniciado até o momento.

A população também reclama das condições do desvio alternativo pela chamada Estrada da Veracel, que estaria intransitável devido às chuvas e à falta de manutenção, dificultando o acesso entre os municípios da região.

“O desvio está um caos. Caminhões atolam, ônibus não passam e o risco de acidentes é enorme, relatou Maria das Graças Nogueira, comerciante local.

A situação tem gerado preocupação entre as prefeituras vizinhas, que temem impactos econômicos e logísticos. Em Porto Seguro, um dos principais destinos turísticos do país e localizado entre os dois pontos de interdição, o clima é de alerta. Com a proximidade da alta temporada de verão, autoridades locais buscam junto ao governo estadual e federal uma solução rápida para restabelecer a normalidade no tráfego da BR-101.

“Estamos às vésperas da alta temporada e não podemos ter uma rodovia estratégica paralisada. È urgente uma ação conjunta para resolver o impasse e evitar prejuízos à economia regional”, declarou  o prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal.

Enquanto isso, motoristas enfrentam filas quilométricas, atrasos e falta de informações oficiais sobre o tempo de liberação das vias. Não há, até o momento, registro de confrontos, mas a tensão permanece alta nas duas regiões.

 

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