Trump anuncia encontro com Lula após discurso na ONU e elogia “química” entre líderes
Logo após o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao anunciar que se reunirá com o mandatário brasileiro na próxima semana.
Em seu discurso de 57 minutos, marcado por críticas duras à ONU e a organismos multilaterais, Trump abriu espaço para comentar um breve encontro que teve com Lula nos bastidores da assembleia. Segundo ele, o contato foi rápido, mas suficiente para gerar empatia mútua.
“Eu estava entrando e Lula saindo, nós nos vimos, nos abraçamos, e ele pareceu gostar de mim e eu também dele. Eu só faço negócios com quem eu gosto, daí marcamos uma reunião para a próxima semana”, afirmou o presidente americano, destacando que houve uma “ótima química” com o líder brasileiro.
Reaproximação em meio a tensões
A reunião ocorre em meio a um momento de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, acentuadas por tarifas comerciais, restrições diplomáticas e críticas públicas. O gesto de Trump é visto como uma tentativa de reaproximação, ainda que em seu próprio estilo, marcado por declarações diretas e personalistas.
Estilo contrastante
Enquanto Lula centrou sua fala na defesa da democracia, da soberania e do multilateralismo, Trump utilizou quase toda sua intervenção para atacar a ONU, questionar sua relevância e criticar países que, segundo ele, “não contribuem de forma justa para a segurança global”. O contraste de tom entre os dois discursos chamou a atenção dos diplomatas presentes.
Expectativas
A reunião entre Lula e Trump, prevista para ocorrer na próxima semana, em Washington, deverá tratar de temas sensíveis como comércio, clima e cooperação internacional. O encontro pode indicar se haverá espaço para acomodação de interesses em áreas onde hoje predominam atritos.
Analistas consideram que a declaração de Trump, ao mesmo tempo em que abre uma porta de diálogo, deixa clara a forma como ele costuma conduzir a diplomacia: baseada em afinidades pessoais e pragmatismo direto.