Partido Liberal (PL) divulga nota questionando as urnas eletrônicas; TSE diz que nota é “falsa e mentirosa”.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disse em nota nesta 4ª feira (28.set.2022) que os questionamentos à segurança das urnas feitos pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, são mentirosos, buscam “tumultuar o processo eleitoral” e atentam contra o Estado Democrático de Direito. O ministro Alexandre de Moraes, que preside a Corte, também determinou que o caso seja investigado no inquérito das fake news, que corre no Supremo e tem o magistrado como relator.
“As conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”, diz a nota.
“Diversos dos elementos fraudulentos constantes do referido ‘documento’ são objetos de investigações, inclusive nos autos do Inquérito nº 4.781/DF, em tramitação no Supremo Tribunal Federal, relativamente a fake news, e também já acarretaram rigorosas providências por parte do Tribunal Superior Eleitoral, que decidiu pela cassação do diploma de parlamentar na hipótese de divulgação de fatos notoriamente inverídicos sobre fraudes inexistentes nas urnas eletrônicas”, prossegue a Corte.
Mais cedo nesta 4ª (28.set), o PL divulgou um relatório de 19 de setembro em que a equipe técnica contratada pelo partido diz haver “vulnerabilidades relevantes” no processo eletrônico de votação. “O quadro de atraso encontrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referente à implantação de medidas de segurança da informação mínimas necessárias, gera vulnerabilidades relevantes. Isto poderá resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro”, afirma o documento.
A nota foi divulgada no mesmo dia em que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi ao TSE para visitar a sala de totalização de votos. Chamado de “sala secreta” por Bolsonaro, o espaço foi apresentado por Moraes a representantes dos partidos. A jornalistas, Valdemar rebateu a ideia de que a sala é secreta. “Não. Não tem mais [sala secreta]. Agora é aberta”, disse.
Questionamento do Resultado.
Por mais que o documento tenha caráter expositivo e sugestivo, o relatório enviado por Rocha ao TSE é avaliado por aliados do presidente Jair Bolsonaro como alicerce para um possível futuro questionamento do resultado da eleição. O texto pode ser usado de forma política para contestar a segurança das urnas e do processo eleitoral, constantemente criticada pelo chefe do Executivo. Em sabatina no Jornal da Record, Bolsonaro disse na 2ª feira (26.set) que pretende esperar o resultado para decidir se reconhecerá a eleição do adversário. Não quis dizer, mais uma vez, que aceitará a decisão das urnas.
O chefe do Executivo disse que a Corte é “parcial” e comete “perseguição política” em suas decisões. “Não mando no TSE. Não tem como convencê-los. Por exemplo, estou proibido de fazer ‘live’ dentro da minha casa oficial, tenho que ir para casa de alguém. Perseguição política. Não posso usar as imagens do 7 de Setembro no horário eleitoral. Por quê?”, disse..
Fonte: Poder 360