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Corrida: é possível completar uma Maratona com dor zero!

Acompanhamento de um profissional e seguir o treinamento à risca faz toda diferença na hora da prova!

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Para quem não corre ou está se iniciando na corrida, uma Maratona, isto é, correr 42 quilômetros, é algo quase insano, impensável, uma loucura, ou às vezes um sonho impossível. Gilberto Varanda, maratonista carioca que morava em Petrópolis e hoje mora em Salvador e está de férias em Porto Seguro, conta como conseguiu vencer este grande desafio e ainda ficar apaixonado pela maratona.

Sempre gostou de esporte, quando novo jogava vôlei e fazia natação. Só parou quando entrou na faculdade. Formado Engenheiro, trabalhando numa multinacional e viajando pela América do Sul decidiu a começar a correr. Viu a modalidade mais fácil de se praticar para quem tem essa rotina de viagens. “Não tem desculpa para não correr, em qualquer lugar é só colocar um tênis e sair”.

Atualmente, com 39 anos, depois de nove anos que começou a correr, Gilberto além de treinar e participar de corridas ainda promove um programa de qualidade de vida para os funcionários da empresa onde trabalha, estimulando-os às práticas de atividades físicas.

E como foi a transformação de uma pessoa que não fazia mais esporte para um maratonista? Gilberto lembra com orgulho que desde que começou a correr sua vida mudou. Seu estilo de viver e sua rotina se transformaram e segundo ele, para muito melhor, uma vida mais saudável e feliz. Passou a dormir cedo, acordar mais cedo, se alimentar melhor e até ganhou um novo ciclo de amizades nestes últimos anos em função da corrida. Conhece gente do mundo inteiro e que possui o mesmo estilo de vida, os mesmos objetivos. Muitas viagens para correr faz junto com outros atletas e seus familiares. E já aconteceu também de encontrar um amigo que não via há tempos em uma corrida e eles correrem juntos atualizando os assuntos. “A corrida parece ser um esporte solitário, mas não é!”

Corrida para ele é uma paixão, tanto que contagiou a esposa, a convenceu a acompanhá-lo, ela treinava com ele, parou apenas porque está cursando um Mestrado e não conseguiu conciliar seus horários. Os treinamentos exigem mesmo uma disciplina pesada, ele mesmo teve que diminuir suas participações em maratonas quando começou sua Pós Graduação. Ano passado conseguiu participar apenas de uma maratona em abril, em São Paulo, a sexta de sua vida. Está feliz que termina a Pós no começo deste ano e já vai participar da Maratona de Porto Alegre, em junho e no final do ano de outra em Salvador.

Para 2018 deseja bater seu recorde, sua meta é chegar em três horas e quarenta e cinco minutos. Hoje o tempo que leva para correr os 42 k é de 3h59. No início levava quatro horas e vinte e seis minutos. Quando corria meia maratona, começou com 2h22 e conseguiu evoluir para 1h47. Além disso, pretende participar de três maratonas por ano e em 2019 iniciar se no Iron Man, aí virão ciclismo e natação como novos desafios.

A primeira maratona que participou foi em Lima no Peru, em abril de 2015. Gostou tanto que no mesmo ano, em julho já fez outra no Rio de Janeiro e uma terceira em 2015 em outubro, a de Buenos Aires, Argentina.  Em 2016, já havia iniciado sua Pós Graduação e conseguiu participar das duas da capital paulista. Conta que as provas de São Paulo são mais duras, pois há muitas subidas no percurso.

E o que é preciso para enfrentar essa que parece uma grande loucura ou como tornar possível o que muitos veem como impossível? Gilberto conta que para participar da primeira meia maratona treinou durante seis meses. Diz que é possível treinar sozinho para uma meia maratona, mas para uma maratona inteira não. É necessário o acompanhamento de um profissional. Sua principal dica é “não se aventure”. O estrago pode ser grande. É muito sério se machucar em provas e triste porque terá que parar com os treinos por um tempo.

Gilberto tem uma equipe de profissionais que dá todo o suporte necessário, treina com a assessoria Authenthic Run que oferece treinador, nutricionista e preparador físico. Essas assessorias em corrida avaliam todo o histórico do cliente, passam exames para ver como está o estado de saúde do corredor e traçam estratégias para os treinamentos. Fazem planilhas e acompanham a evolução do atleta, além de ajudarem a traçar metas e passarem os treinos conforme os objetivos e a rotina de cada um. O profissional de Educação Física intercala treinos de ladeira, “tiro”- quando o corredor dispara na velocidade, ou o chamado “longão” de 12, 15, 32 ou 34k conforme a capacidade do corredor. “Nunca corremos 42k para treinarmos para maratona, e sim de 30 a 40 no máximo e conforme a corrida se aproxima.”

Gilberto faz oito treinos por semana, três de corrida, três de musculação e dois de Pilates. Faz questão de enfatizar que a musculação e o Pilates são essenciais para o fortalecimento do corpo e para não se lesionar nas provas. Desmistifica e afirma com propriedade que é possível sim completar uma maratona com nenhuma dor durante a prova. “É preciso seguir a risca a cartilha do treinador. Se fizer a prova do jeito que treinou chega ao final com dor zero.” Claro que depois mal consegue subir uma escada, mas para ele compensa e a motivação é a superação. Meu objetivo é sempre chegar bem. A chegada é muito emocionante.  Ele já fez uma prova com dor no joelho, a segunda maratona de São Paulo, a experiência não é nada agradável. O psicológico ajuda muito, os corredores costumam dizer que a cabeça cansa primeiro do que o corpo.

O acompanhamento do nutricionista também é de suma importância. Quando ele começou a praticar a corrida perdeu 14 kilos apenas com a reeducação alimentar. O nutricionista monitora a composição corporal e com a mudança dos hábitos alimentares troca gordura por massa magra.

Em Porto Seguro, Gilberto está de férias durante 10 dias, sai algumas noites, curtiu o Reveillon, vai em churrasco e descansa, mas não consegue ficar totalmente longe do esporte. Já correu três vezes na orla de Taperapuã. Acha que aqui falta lugar para correr com mais segurança e trocou a pista pela areia da praia para ficar tranquilo. Voltará para seu treino no próximo dia 8 de Janeiro, em Salvador.

A corrida faz bem tanto para o corpo tanto para a mente, pois mexe no metabolismo do indivíduo, controla a diabetes e a pressão alta e alivia o stress. Na corrida, Gilberto coloca para fora toda tensão represada pela rotina de seu trabalho e como executivo de uma grande multinacional, a pressão é intensa. Diz que vai correr e volta outra pessoa e brinca “meu divã é um tênis!”.

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