Sol forte faz a alegria dos turistas não só de Porto Seguro, mas de todos que conseguem umas férias e têm a sorte de não pegarem chuva na praia, mas quando o assunto é saúde, nem sempre o astro rei é um bom companheiro. A maioria das pessoas até passa protetor solar, mas será que estão fazendo o uso correto e se protegendo adequadamente?
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a cada ano surgem mais de 180 mil casos de câncer de pele no Brasil, e este é um número muito alto! Há muitas dúvidas quando se fala do assunto, por isso, a médica dermatologista Cristina Abdalla, do Hospital Sírio-Libanês, traçou uma lista dos mitos e verdades e fez seus esclarecimentos.
1 – Quanto maior o fator de proteção solar, melhor o protetor.
Mito. A sigla FPS, que aparece no rótulo do produto sempre seguida de um número, significa Fator de Proteção Solar, que é o índice que determina o tempo que uma pessoa pode permanecer ao sol sem produzir vermelhidão. O protetor solar de FPS 30 oferece quase 96% de proteção. O 50 protege 98% e o 100, 99%. Se o FPS 30 for aplicado corretamente, oferece proteção suficiente à exposição solar. É de extrema importância a quantidade de aplicação do filtro para que ele proteja a pele. Para o rosto pescoço e orelhas, uma colher de chá; para o tórax e costas, duas colheres de chá; para braços, uma colher de chá para cada braço; pernas, duas colheres para cada perna.
2 – É preciso usar protetor em dias nublados.
Verdade. Os raios ultravioletas, principalmente o UVA, estão presentes na mesma intensidade em dias nublados, portanto, o uso de protetor solar é imprescindível.
3 – O risco é maior no verão.
Verdade. O que determina maior risco de incidência de câncer de pele é o índice ultravioleta (IUV), que mede o nível de radiação solar na superfície da Terra. Quanto mais alto, maior o risco de danos à pele. Esse índice é mais alto no verão, porém pode ser alto em outras épocas do ano.
4 – Existe exposição ao sol 100% segura.
Mito. É preciso evitar excessos e sempre tomar sol com moderação
5 – Depilação a laser pode ser um fator para o surgimento do câncer de pele.
Mito. A fonte de luz é diferente das lâmpadas de bronzeamento e não causam câncer de pele. A interação pele e laser é conhecida há muitos anos e até o presente momento não se detectou evidência entre tratamentos a laser e câncer da pele.
6 – Quem tem pele, cabelo e olhos claros corre maior risco de ter câncer de pele.
Verdade. As pessoas morenas produzem mais melanina que protege a pele. Já as pessoas claras são mais sensíveis, então têm de se proteger e sempre usar protetor solar nas áreas expostas ao sol.
7 – Toda pinta escura é câncer de pele.
Mito. A pinta precisa ser examinada pelo dermatologista para avaliação. Somente após esta avaliação, o especialista indicará a retirada ou não da pinta. É preciso atenção com pintas que coçam, que crescem, que sangram. Um jeito de identificar se uma pinta ou mancha pode representar algum perigo é utilizar a escala do ABCDE:
A de assimetria entre as metades da mancha;
B de bordas irregulares;
C de cores, que avalia a variação da coloração. Normalmente as pintas mais escuras ou com mais de uma coloração são as que exigem mais cuidados;
D de diâmetro – As pintas com mais de seis milímetros de diâmetro exigem mais atenção;
E de evolução – Preste atenção na mudança no padrão de cor, crescimento, coceira e sangramento.
8 – Queimadura pode se tornar um tumor de pele.
Verdade. É raro, mas pode acontecer principalmente em grandes cicatrizes de queimaduras. É preciso observar mudanças na pele da cicatriz e buscar um especialista caso alguma diferença seja notada.
9 – Na sombra não é preciso usar filtro solar.
Mito. Mesmo na sombra é preciso passar o protetor solar, pois não estamos livres dos raios ultravioletas.
10 – Câncer não-melanoma pode evoluir para melanoma.
Mito. São lesões distintas, mas quando a pessoa tem um câncer não-melanoma é sinal de que abusou do sol e que também poderá ter um melanoma, então precisa ficar sempre atenta.
11 – Melanoma não tem cura.
Mito. O importante é o diagnóstico em estágios iniciais, quando os tratamentos são mais eficientes. Hoje já há tratamentos inclusive para estágios mais avançados, mas quanto antes começar o tratamento, melhor.
12 – Somente regiões expostas ao sol podem ser afetadas.
Mito. Melanomas podem surgir em qualquer área do corpo, como genitais, glúteos, couro cabeludo e entre os dedos.
13 – Negros não precisam usar protetor solar.
Mito. Independentemente da cor da pele, todas as pessoas têm de usar protetor solar para se proteger, apesar de o câncer de pele negra ser menos comum. Porém, pessoas de pele negra podem adquirir o carcinoma espinocelular, carcinoma basocelular e o melanoma.
14 – Câmeras de bronzeamento são 100% seguras.
Mito. No Brasil, este tipo de bronzeamento é proibido, assim como em outros países, justamente pelo alto risco que oferecem. Banhos de luz são recomendados apenas para doenças como psoríase e vitiligo, entre outras, pois as lâmpadas usadas nestes tratamentos usam ondas apropriadas para o tratamento.
15 – Quem tem muitas pintas ou histórico familiar de câncer de pele corre mais riscos.
Verdade. Pessoas com histórico familiar ou que tenham de 50 a 100 pintas no corpo devem ser avaliadas com maior frequência e também têm de se proteger, usando protetor solar e se expondo ao sol com moderação.