Hospital vai apurar o óbito do filho de Michele

Ela acredita que demora no atendimento foi o que ocasionou a morte de seu filho

Na última semana, o jojonoticias noticiou o caso de Michele Silva de Jesus, 17 anos, que denuncia o Hospital de Porto Seguro “Deputado Luís Eduardo Magalhães” – HDLEM – pela demora no atendimento de seu parto, que ocasionou, segundo ela, o óbito de seu primeiro filho.

Após a reportagem, a direção do hospital a procurou, no intuito de ouvi-la e apresentar os passos que serão realizados na apuração dos fatos. O encontro aconteceu na última sexta-feira, 28 de abril. O diretor clínico, Rodrigo Carvalho, escutou tudo que Michele havia se posicionado na matéria, pessoalmente, e garantiu a apuração, punindo caso confirmem culpados.

Com a presença de nossa reportagem, o diretor clínico se sensibilizou e se solidarizou com Michele. “Eu sou pai, tenho três filhos e vou tomar todas as medidas possíveis para que isso não ocorra”, afirma.

O diretor falou sobre as mudanças que o HDLEM está passando, as melhorias que estão sendo feitas na infraestrutura, a grande demanda que recebe de partos, uma vez que, além de Porto Seguro, o hospital realiza os partos de mulheres que vem de Belmonte, Cabrália e cidades circunvizinhas, e que não vai aceitar colaboradores que não atuem profissionalmente.

Ele explicou sobre os próximos passos que a direção vai tomar, com a investigação paralela, escutando todos os médicos e enfermeiros envolvidos, e as mudanças que serão realizadas. Também se comprometeu a informar Michele, quando concluir a sindicância.

O caso

Michele esperava seu primeiro filho, com aquela alegria que a verdadeira mãe sente quando está grávida. Berço, fraldas, brinquedos e outros artigos comprados ou alugados, tudo dentro da possibilidade de uma família bem humilde que mora na Rua da Vala, no bairro São Pedro, em Arraial d’Ajuda.

Ela conta que realizou o pré-natal de maneira correta no Posto de Saúde do bairro e que também fez todos os ultrassons solicitados na UPA, também do próprio bairro, durante o período de gravidez. “O neném estava saudável”, garante Michele.

Quando atingiu 41 semanas, Michele sentiu muitas dores e se dirigiu ao Hospital de Porto Seguro “Deputado Luís Eduardo Magalhães” – HDLEM, onde deu entrada na quinta-feira, 12 de abril, às 18h.

Conforme Michele, por meio do exame do toque foi descoberta a dilatação de um centímetro. Pelo fato de morar longe, ela foi colada em observação. “No dia seguinte, fizeram o exame novamente, e constataram uma dilatação de três centímetros. Passei por vários médicos e ninguém me levava para fazer o parto. A dor aumentava e somente às 18h do dia seguinte, quando repetiram mais uma vez o exame de toque, que descobriram que o neném tinha defecado e meu caso passou a ser urgente. Fiquei esperando mais duas horas até ir para sala de cirurgia. A bolsa tinha estourada e a demora foi tão grande que quando fizeram a cesária, a criança já estava morta. É um sentimento muito grande de dor e revolta”, desabafa.

A criança chamada Gael, foi velada e enterrada no dia seguinte.

 

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