Flexibilização do comércio perde espaço para campanha por aumento de UTI’s em Porto Seguro

“Veracel e grandes empresários se unem e doam 20 respiradores para os hospitais de Porto Seguro”, esta seria a grande notícia, mas antes que os negacionistas de plantão, especialmente o setor de comunicação da administração municipal corram e carimbem a matéria como “fake news”, antecipo os esclarecimentos: este seria o título da matéria que o JoJô Notícias desejaria postar nos próximos dias.

A saudável e bem intencionada provocação surge em meio a uma recente campanha divulgada na internet e em redes sociais, onde diversos setores da sociedade portossegurense clamam para que o estado aumente os leitos de UTI’s no município de Porto Seguro.

Uma reivindicação justa e providencial, em face dos ínfimos dez leitos disponíveis na rede de saúde pública do município. Entretanto, mesmo reconhecendo o papel constitucional do governo federal, estadual e municipal em cuidar da saúde da população, sabemos, mais ainda, do descaso, da letargia e da burocracia que envolve essas intervenções por parte desses órgãos públicos.

Num estado em que quase 70% dos municípios com casos de COVID-19 não possuem leitos de UTI’s, nos parece fora do tempo e do espaço campanhas para aumentar esse serviço no município, considerando que o próprio governo do estado vem anunciando a instalação de 20 leitos com essa especialidade em Teixeira de Freitas e mais 15 em Eunápolis, em hospital que será remodelado para esse intuito.

A COVID-19 escancarou pro Brasil e para o mundo a vergonhosa desigualdade da nossa sociedade. Porto Seguro é como o Brasil; rico, mas com desigualdades socioeconômicas gritantes.

Sabemos que alguns empresários locais têm se esforçado para manterem suas atividades e realizaram negociações, de maneira franca e sensata, com colaboradores para manutenção dos empregos e garantia de um rendimento mínimo individual para o sustento dos mesmos. Temos conhecimento de diversas ações sociais como distribuição de cestas-básicas, kit’s de higiene, álcool em gel etc. Mas aos grandes e mega empresários, o momento requer um sacrifício maior. Uma grande “vacona” entre eles, a Veracel e outros poderosos proveria o município com 20 respiradores facilmente e rapidamente. O que representaria R$50 mil para empreendimentos imobiliários que vendem terrenos a preços três ou quatro vezes superiores a isso. Esses valores, inclusive, poderiam ser deduzidos no pagamento de futuros impostos e/ou tributos.

No mais, a Veracel em parceria com a Suzano, participou da doação de 20 respiradores em Teixeira de Freitas; poderia, muito bem, reeditar a ação aqui, na região onde atua.

Se quiserem, historicamente, registrarem uma participação positiva na grave e inusitada pandemia, este seria o caminho. Engrossar o legítimo clamor dos verdadeiramente desassistidos não os eximirão de omissão. Esperar pelos governos do estado e federal, basta o município. O momento requer ações concretas e objetivas

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