Brasil ultrapassa marca de 10 mil mortos e parte da população ainda duvida da letalidade do COVID-19

O Brasil ultrapassou neste fim de semana a expressiva marca de 10 mil mortes pelo Novo Coronavirus.

O Ministério da Saúde divulgou neste sábado que o Brasil chegou a 10.627 mortes em decorrência do novo coronavirus, com 730 óbitos nas últimas 24 horas. O número estabelece uma morte a cada dois minutos.

O país também bateu o recorde de confirmações de casos de COVID-19 em 24 horas, com 10.611 novos diagnósticos entre sexta e sábado. Ao todo, o Ministério da Saúde contabilizou 155.939 casos confirmados de coronavirus no país.

Com o aumento dos números de óbitos, o Brasil passa a ser o sexto país com maior quantidade de mortes pela COVID-19 no mundo, atrás de Estados Unidos (78.320), Reino Unido (31.662), Itália (30.395), França (26.313) e Espanha (26.299). Os números foram levantados pela Universidade Johns Hopkins, referência mundial em pesquisas de coronavirus.

Mas o que mais chama atenção para a situação brasileira é que, diferentemente dos países citados acima, onde o vírus, de acordo cientistas, já atingiu o pico, no Brasil, este momento ainda não chegou e, mesmo com a aceleração do contágio e das mortes, o ceticismo em relação à letalidade do vírus ainda é grande. Esse comportamento da sociedade, em parte, é alimentado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro que, desde o início da pandemia, menosprezou o alcance e efeitos nefastos da doença. Foram inúmeras declarações do mandatário minimizando os riscos da doença. No mesmo dia em que o país ultrapassava a marca de 10 mil mortos pela COVID-19, o presidente (sem partido) foi visto andando de Jet Sky no Lago Paranoá em Brasília. Há três dias, Bolsonaro declarou que organizaria um churrasco para 30 pessoas no Palácio da Alvorada. Na sexta à tarde, o presidente voltou a citar o churrasco, em tom de ironia, afirmando que contaria com mais de 1300 convidados.

Presidente Bolsonaro em manifestação em Brasília

Já ontem, o presidente desistiu da confraternização e criticou a imprensa, em rede social, por ter noticiado o “churrasco fake”.

São atitudes condenáveis e que confundem a população sobre os perigos da pandemia. Em determinados momentos debocha e ironiza; em outros menospreza e minimiza, esquivando-se do papel de líder responsável que a realidade exige. Até mesmo o exame para detectar a doença, feito pelo presidente, a nação desconhece o resultado. O presidente guarda o resultado a sete chaves e trava uma briga desnecessária no judiciário para não revelar o resultado.

Com um discurso único de suspender o isolamento social e reabrir a economia do país, sem apresentar à sociedade de que forma isto se daria, Bolsonaro toma café com os CNPJ’s enquanto a sociedade enterra os CPF’s. Ainda ontem, o STF e o Congresso Nacional decretaram luto oficial pelos próximos três dias e publicaram uma nota oficial em homenagem às famílias dos e amigos dos mortos que foram “privados de uma justa despedida” das vítimas de COVID-19.

“Cada vítima tinha um nome e projetos de vida que foram interrompidos, bem como familiares e amigos que agora sofrem com essa grande perda”, afirmou na nota o ministro do STF, Dias Toffoli.

“Mesmo chorando a morte dos nossos irmãos e irmãs brasileiros, conclamamos todos a manter as recomendações das autoridades de saúde, diminuindo o ritmo dessa terrível doença, enquanto nos preparamos para um retorno seguro e definitivo à normalidade”, diz a nota do Congresso Nacional.

Enquanto isso, o presidente………

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