Mais um episódio lamentável protagonizado pela mesa diretora da Câmara, desta vez envolvendo um vereador e a justiça local, para suspender a sessão que elegeria o presidente da Casa
É que ás vésperas da eleição que escolheria o novo presidente da Casa legislativa, o vereador Wilson Machado, evidentemente orientado e escalado para o ridículo papel, impetrou um mandado de segurança na justiça local alegando que havia solicitado ao presidente da Casa Evaí Fonseca, que as eleições para a mesa diretora que ocorreria na sessão do dia 28/12, fossem através do voto aberto, em vez de secreto como prevê o regimento Interno da Casa e como sempre aconteceu.
Ensaiados e irmanados em seus objetivos com o tal mandado de segurança, o presidente Evaí Fonseca, negou a solicitação, alegando que a iniciativa contrariava o RI (Regimento Interno da Casa). Pronto! estava consolidado o primeiro ato da peça teatral. Em seguida era provocar a justiça, invocando um pretenso direito e garantia democrática para a população na defesa do voto aberto nas eleições.
Um enredo perfeito, certamente idealizado e redigido por pessoas com conhecimento de direito. Não seria o vereador Evaí e tão pouco Wilson Machado propor brilhante e perniciosa ideia.
Senão vejamos: O vereador Evaí e o seu par Wilson Machado nunca, e em momento nenhum, haviam levantado essa hipótese de eleições abertas para a mesa diretora. Esse tema nunca constituiu, muito menos figurou nas pautas das sessões que aconteceram durante todo este ano. Segundo: reivindicar eleições abertas , sem voto secreto, quando todos, inclusive os vereadores já terem declarado o seu voto, a imprensa divulgou, os próprios vereadores que lançaram a chapa “Porto Seguro acima de tudo”, assinaram documento público e divulgaram nas mídias locais, é essencialmente patético e um casuísmo abominável diante dos fatos expostos acima. O mesmo que “um cego num quarto escuro procurando um gato que não está lá dentro”
Não se questiona aqui o papel da justiça em ter acatado e expedido liminar favorável e reconhecendo a legalidade e legitimidade do pleito. Decisão judicial não se discute; cumpre-se! Entretanto, não poderemos relativizar o oportunismo, o desespero da derrota, o desrespeito à vontade da maioria da Casa e o desejo de mudança, também compartilhado pela maioria da população, aparentemente desconsiderados na inquestionável decisão do eminente juiz de Direito da Comarca de Porto Seguro, Dr. André Marcelo Strogensky.
A mesa diretora se comportou como aquela passagem do garoto dono da bola, que animava os “babas” e que, ao ser barrado no time, por deficiências técnicas e inabilidade, passou a mão na bola, levou-a para casa e acabou com os sonhos e a alegria da rapaziada.
Triste episódio o desta manhã de sexta-feira, 28/12. Um dia que entrou para a página negra da Casa legislativa local. A falta de coragem e de espírito público se sobrepôs aos interesses da maioria da Câmara e dos eleitores que os elegeram. Um péssimo exemplo para a democracia que com certeza, serão penalizados pela infelicidade e apego ao que não lhes pertence.
Os vereadores prejudicados e afrontados pela desesperada e imprópria ação, prometem recorrer da decisão da justiça local, tendo inclusive encaminhado à justiça local documento concordando com a realização das eleições aberta, conforme decisão do juiz.
A administração municipal tenta se eximir do casuísmo em curso, em vão. Todos sabem a quem interessa a manutenção do atual ordenamento na câmara de vereadores. São muitos os interesses em jogo. São contas reprovadas pelo TCM a serem votadas, julgamento da operação “fraternos”. Enfim, um rol de “pautas bombas” que terão que ser apreciadas pela Casa neste segundo biênio.
O Jojô Notícias estará atento e acompanhando o desfecho do casuísmo, que mais uma vez provocou o adiamento das eleições. Não baixaremos a “guarda”. Permaneceremos vigilantes, este é o nosso papel. Assim como a chapa, que já consideramos vitoriosa, também desejamos uma “Porto Seguro acima de tudo”; onde a liberdade, igualdade e fraternidade sejam aquelas desfraldadas e inspiradas pela revolução francesa, não esta fraternidade fajuta, investigada e indiciada pelo MPF e PF, forjada nos rincões do sertão de Itaberaba, com prazo de validade e em vias de extinção.