Liberdade de imprensa é maior do que a insatisfação do vereador Evaí Fonseca e aliados.

Em ato de desespero, o vereador Evaí Fonseca atentou contra a liberdade de imprensa. Ameaçou, acusou e tentou intimidar jornalistas. "Não mexam comigo", disse em tom de ameaça.

“Não mexam comigo”, ameaçou em alto e bom som o Presidente da Câmara de Vereadores contra a imprensa Porto Segurense. Sem controle, irritado e visivelmente perturbado, Evaí Fonseca fez uso da palavra na terceira sessão legislativa de 2018 e, assumindo a tribuna, destruiu todo conceito existente de liberdade de imprensa.

Desde o início do ano alguns vereadores vêm engrossando o tom contra os meios de comunicação de nossa cidade. Teceram duras críticas e classificaram a imprensa em duas categorias: a boa e a ruim. Na lógica deles, a boa seria aquela que veicula notícias boas a respeito de seus mandados, e a ruim aquela que publica fatos negativos. A coisa foi tomando proporções tais ao ponto de alguns vereadores utilizarem seu tempo de manifestação em cada sessão para abordar mais sobre o que a imprensa diz a respeito deles, do que com o próprio ofício de legislar e fiscalizar.

Ora, a imprensa enquanto instrumento eficaz de democracia, vem denunciando abusos praticados pelas autoridades locais. Noticia-se também a indignação do povo em relação a uma série de questões, tais como a situação da saúde, da educação, problemas de infraestrutura, de inclusão social, falta de transparência nos atos públicos, corrupção, dentre outros. De forma que o papel da imprensa, notadamente em Porto Seguro, é imprescindível não somente para cumprir sua função de informar, mas também de confrontar o sistema e de inibir a arbitrariedade que algumas autoridades, que se acham verdadeiros caciques, tentam nos impor.

E foi diante deste cenário que alguns vereadores – frise-se, não todos -, se indignaram contra a imprensa local por expor a podridão política da nossa cidade. Liderados por Evaí Fonseca, declararam guerra contra a imprensa.

O dia 08 de março de 2018, na terceira sessão legislativa do ano, ficará marcado como o dia em que ameaçaram e tentaram intimidar membros da imprensa Porto Segurense. Os vereadores Evaí Fonseca e Dilmo Santiago, ao que parece, fizeram um levantamento do histórico de vida de alguns jornalistas e blogueiros. Sem nenhuma prova e pudor, dispararam no mais baixo nível acusações e ofensas contra tais jornalistas.

Evaí Fonseca ameaçou desmoralizá-los e arrancar-lhes quantias de dinheiro por meio de indenizações judiciais, pois segundo ele “tem que mexer no bolso”. Dilmo Santiago comparou um dos jornalistas a uma garota de programa, dizendo que uma prostituta se valoriza mais do que o jornalista. “Acho melhor ir rodar bolsinha do que ser determinado membro da imprensa aqui em Porto Seguro”, acrescentou.

Os discursos de Evaí e de Dilmo foram ditos sob risadas de alguns vereadores e parabenizados por outros.

Historicamente, políticos agiram da mesma forma quando se viram encurralados e, em atos de desespero, se levantaram contra a imprensa. Foi assim na ditadura militar quando impuseram a censura nos meios de comunicação, calarando todo meio de divulgação.

O que o presidente da Câmara de Porto Seguro não se dá conta é que a imprensa como forma de democracia está consolidada em nosso país, e não adianta agir como ditador para tentar intimidar quem quer que seja. Ontem ele berrou desequilibradamente em sua inútil tentativa de conter matérias jornalísticas que exponham a verdade. Hoje, porém, estamos aqui firmes como nunca, assegurando o direito de liberdade de imprensa.

O Jojô Notícias reafirma a seriedade na condução de suas matérias e esclarece que é uma imprensa independente. Publicamos e continuaremos a publicar fatos sempre que julgarmos ser de relevância para os nossos leitores, independentemente se contraria os caprichos do vereador “a” ou “b”.

Um povo só consegue lutar pelos seus direitos se os conhece. Por isso, nos dizeres de Rui Barbosa, “a palavra aborrece tanto os Estados arbitrários, porque a palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade. Deixai-a livre, onde quer que seja, e o despotismo estará morto”.

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