A Prefeitura de Eunápolis decretou, na última sexta-feira (24/01), situação de emergência no Hospital Regional, em razão de graves problemas como falta de medicamentos, insuficiência de equipes, ausência de equipamentos essenciais e condições inadequadas de higiene. A decisão foi publicada no Diário Oficial do município e classifica o estado atual como de “perigo público”.
O quadro alarmante é resultado de décadas de gestões descompromissadas com a saúde pública, agravado nas administrações mais recentes do atual prefeito, Robério Oliveira, e de sua antecessora, Cordélia Torres. Uma auditoria realizada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), sob recomendação do Ministério Público da Bahia, apontou as falhas estruturais e operacionais. O órgão estadual estipulou um prazo de 90 dias para que a prefeitura apresente soluções para problemas como a recomposição de equipes, aquisição de insumos e medicamentos, regularização de pagamentos atrasados e melhorias na infraestrutura.
Com o decreto de emergência, a administração municipal está autorizada a adotar medidas administrativas de forma ágil, incluindo a compra de materiais e serviços sem necessidade de licitação. Segundo autoridades municipais, isso visa acelerar a resolução dos problemas enfrentados pela unidade.
“O decreto nos permite agir com rapidez para resolver uma situação que se arrasta há anos e que agora chegou ao limite. O objetivo é garantir condições mínimas de atendimento à população,” declarou uma autoridade da saúde do município.
A situação do Hospital Regional é um reflexo do descaso com o sistema de saúde pública do município, que atende não apenas os moradores locais, mas também pacientes de cidades vizinhas. Enquanto isso, a população segue enfrentando dificuldades, com relatos frequentes de falta de medicamentos básicos, superlotação e precariedade nos atendimentos.
Organizações da sociedade civil e representantes locais têm cobrado maior transparência e efetividade nas ações prometidas pela prefeitura. “Não podemos permitir que as soluções sejam apenas paliativas. A população de Eunápolis merece um sistema de saúde digno e eficiente,” destacou um líder comunitário.
O Ministério Público e a SESAB devem acompanhar de perto a execução das medidas para garantir que o prazo de 90 dias seja cumprido, sem superfaturamentos nas compras, devido à ausência de licitação, evitando o agravamento da crise no setor de saúde da região.