Caos no Hospital Luís Eduardo Magalhães gera sobrecarga nas Upas de Porto Seguro

Porto Seguro vive um dos momentos mais críticos da saúde pública nos últimos anos. O Hospital Regional Luís Eduardo Magalhães (HDLEM), sob gestão do Governo do Estado da Bahia, enfrenta um verdadeiro colapso, com falta de insumos básicos para cirurgias, atrasos salariais e total ausência de planejamento para reverter a situação.

Enquanto o Estado mantém-se inerte, a Prefeitura de Porto Seguro está “se virando nos trinta” para garantir atendimento à população. Com o hospital regional praticamente paralisado, pacientes em estado grave são levados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), que já operam muito acima de sua capacidade.

“O município está fazendo o possível e o impossível para não deixar a população desassistida, mas a responsabilidade por esse caos é do Estado”, lamenta o secretário municipal de Saúde, Renato Antunes. Segundo ele, a falta de insumos e de condições adequadas no HDLEM tem colocado vidas em risco e levado a um colapso em toda a rede municipal.

Para agravar ainda mais o quadro, os próprios profissionais do hospital enfrentam uma situação dramática. Salários atrasados e falta de estrutura têm gerado um clima de desespero. “Estou sem o que comer em casa”, relatou um auxiliar de enfermagem, que preferiu não se identificar, temendo represálias. (relembre aqui)

Apesar de ser referência regional e atender dezenas de municípios do extremo sul da Bahia, o HDLEM — principal hospital público da região — encontra-se em condições precárias, sem qualquer previsão do Governo do Estado para normalizar o atendimento.

Enquanto isso, as UPAs e UBS’s de Porto Seguro seguem superlotadas, com equipes sobrecarregadas e pacientes aguardando por procedimentos que deveriam ser realizados no hospital regional.

Mas o silêncio do Governo do Estado não é o único que incomoda. Também causa indignação a postura de políticos da região aliados do governador, que, mesmo diante do caos, evitam tocar no assunto. Entre eles, a deputada estadual Cláudia Oliveira, ex-prefeita de Porto Seguro e uma das parlamentares mais votadas da região, tem se mantido em silêncio diante do clamor da população.

A omissão de quem tem voz e influência junto ao Governo do Estado agrava ainda mais o sentimento de abandono. Enquanto os portossegurenses enfrentam filas intermináveis e correm riscos de vida por falta de atendimento, a deputada — que sempre se apresenta como defensora da cidade — prefere desconversar e se esquivar de qualquer crítica à gestão estadual.

A população, que confiou seu voto esperando representatividade e ação efetiva, cobra agora atitudes concretas, e não discursos vazios.

“É lamentável ver o sofrimento do nosso povo, correndo risco de vida por falta de estrutura e condições adequadas”, reforçou o secretário Renato Antunes, cobrando providências imediatas do Governo do Estado.

Sem respostas oficiais e sem a pressão política que poderia acelerar uma solução, a crise no Hospital Luís Eduardo Magalhães escancara o abandono da saúde pública estadual em Porto Seguro — e a cumplicidade silenciosa de quem, por conveniência política, escolhe ignorar o sofrimento de sua própria gente.

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