Caos e revolta no Hospital Luís Eduardo Magalhães: população de Porto Seguro denuncia retaliação política e abandono

O Hospital Deputado Luís Eduardo Magalhães (HDLEM), em Porto Seguro, vive um dos momentos mais críticos de sua história. Em vídeos que circulam nas redes sociais, pacientes e familiares relatam o cenário degradante da unidade: falta de insumos básicos, medicamentos e até materiais de higiene. As imagens revelam corredores lotados, atendimentos precários e profissionais tentando, com esforço e improviso, lidar com o colapso da estrutura hospitalar.

A população, revoltada, aponta o que considera ser uma retaliação política por parte do governo estadual, motivada pelo alinhamento contrário da administração municipal. A tese é compartilhada também por lideranças locais e até por políticos ligados à base governista, que admitem, em reserva, a perplexidade diante do esvaziamento do hospital que, há anos, é referência em toda a Costa do Descobrimento.

O que está acontecendo é uma barbárie política. Usar o sofrimento de pessoas inocentes como arma de disputa é algo que fere qualquer princípio republicano”, desabafou um vereador da base aliada, em tom de indignação.

O sentimento de abandono é geral. Nas redes sociais, moradores publicam relatos e vídeos mostrando a falta de atendimento e de remédios. Pacientes têm de levar materiais de casa, como seringas e ataduras, para receberem tratamento. Profissionais da saúde denunciam a sobrecarga, salários atrasados e a ausência de condições mínimas de trabalho.

A indignação cresceu ainda mais com o silêncio da deputada estadual Cláudia Oliveira, que obteve expressiva votação na cidade e diz representar os interesses locais. Hoje, a população cobra sua atuação diante do colapso no HDLEM. “Quem se cala diante de tanto descaso é cúmplice”, afirma um parente de paciente que aguarda transferência para outra unidade hospitalar.

Políticos locais, inclusive de partidos da base do governo estadual, começam a se mobilizar e temem perder o apoio popular. O desgaste é crescente e ameaça corroer patrimônios eleitorais construídos ao longo de anos.

O caos instalado no Hospital Luís Eduardo Magalhães vai além do descaso administrativo — é reflexo de uma estratégia política equivocada e cruel, que despreza vidas e direitos básicos em nome de conveniências partidárias. Uma aposta perigosa que, segundo analistas locais, pode ter efeito reverso nas urnas.

A população de Porto Seguro, conhecida por sua força e consciência cívica, não parece disposta a esquecer tamanha negligência. Se a intenção era punir a cidade por divergências políticas, o resultado pode ser exatamente o oposto: um revertério nas urnas, com consequências imprevisíveis.

Quem viver, verá.

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