Produtos e viajantes: em 2018 as mudanças no turismo continuam

Aos poucos, a terminologia de turista muda para viajante, deixando uma sensação maior de liberdade para quem sai de férias.

O setor da hospitalidade no Brasil continua se transformando. Em um mercado onde a distribuição da venda é uma infindável mudança, desta vez, é para valer. Quem determina o ritmo é o viajante e não mais os operadores do mercado!

Aos poucos, a terminologia de turista muda para viajante, deixando uma sensação maior de liberdade para quem sai de férias. Aliás, a viagem não é mais considerada unicamente um período de férias, sendo que, para muitas pessoas, virou uma prioridade de vida. Alguns solicitam períodos longos de afastamento do trabalho sem remuneração, outros pedem contas e colocam a mochila nas costas, inúmeros profissionais conseguem viajar e trabalhar ao mesmo tempo. É fato, viajar virou uma forma de viver que revolucionou o mercado acostumado ao conceito de pacote e de pirâmide de venda verticalizada.

Os meios de hospedagem estão confrontados a um mercado da distribuição que aumenta de forma muito rápida sob o guarda-chuva da CVC Corp, ao qual fazem parte as operadoras CVC,Trend e a mais recente Visual, além da consolidadora Rextur Advance, a empresa de intercâmbio Experimento e a OTA Submarino Viagens. Bom ou ruim para o mercado, essas compras de operadoras feitas pela gigante CVC são uma nova realidade com a qual devemos conviver, sedo demais para fazer uma crítica. Afinal de contas, a CVC sempre foi um balizador de tarifas e nesse aspecto os hotéis não devem sofrer muito. Já passou do tempo onde Visual e Trend cobravam dos hotéis a famosa tarifa CVC, pronto, agora vocês têm direto da fonte! O lado positivo desse mega grupo é o mercado continuar apostando nas agências de viagens, essa união de marcas teve um efeito de unificação no mercado, deixando de lado as discussões de preferências por marcas e focando no que é importante, o cliente.

Paralelamente ao mercado das operadoras, as OTA’s continuam a todo vapor e a venda direta encontra seu espaço tentando fidelizar o hóspede a sua marca. A venda direta é um desejo de muitos hoteleiros, mas longe de ser algo fácil. Trata-se principalmente de uma mudança do modelo de negócio que parte de cima para baixo envolvendo todos os colaboradores nessa nova forma de trabalho. Para os hotéis que sempre venderam unicamente por operadoras e agências, a venda direta não é uma simples distribuição do produto por um portal próprio, mas um novo conceito de hospitalidade.

A grande mudança do mercado do turismo vai ser a qualidade dos produtos. Definitivamente, a venda vai acontecer por mérito de cada meio de hospedagem e não mais, unicamente, por relacionamento no mercado. Distribuição sem qualidade está destinada ao fracasso. Essa ficha ainda não caiu para todos os hoteleiros que apostam no método tradicional do “eu conheço todo mundo” e, pensam que podem ser uma propriedade de venda, mesmo sem cuidar atentamente de seu produto.

O viajante em 2018

“Chega de me curtir e me beija, por favor” – um pouco cansados das redes sociais, os viajantes vão procurar se relacionar mais com sua próprias famílias e amigos. Vamos trocar os likes por abraços e as mensagem de Whatsapp por ligações para ouvir a voz um do outro. A tendência deve ser de menos gente virtual e mais presença física. Espaços apropriados a esses encontros são importantes dentro dos hotéis, mesas grandes e sofás confortáveis, lounges aconchegantes para longas conversas. Criar ambientes para se relacionar. Melhor evitar os estilos de decoração excessivamente frios.

As acomodações particulares, disponíveis em inúmeras plataformas continuam sendo uma oferta atraente para os viajantes que buscam economizar ou às vezes mais liberdade. Mesmo sendo um produto diferente, ao meu ver, são produtos que competem sim com a hotelaria, pois o mercado da viagem ampliou sua forma de pensar e programar o roteiro.

Quer manter seu negócio em movimento? Encare que a mudança é perene na hotelaria!

Por Luigi Rotunno

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