Tendo em vista a atual pandemia do Covid-19 e a paralização das atividades turísticas na região de Caraiva, a comunidade local se organizou para suprir a necessidade de alimentos de muitas famílias em vulnerabilidade socioeconômica.
O movimento que tem a participação de nativos, moradores e Conselho Comunitário Ambiental, fora inicialmente mobilizado pela questão das terríveis manchas de óleo que surgiram no litoral brasileiro, no final do ano passado, inclusive com recursos em caixa que seriam destinados a estudos e pesquisas sobre a questão. Entretanto, com a premência dos efeitos da COVID-19, teve a sua prioridade redefinida.
De acordo umas das coordenadoras do movimento, até o momento, foram desenvolvidas duas ações; uma em abril e outra em maio; sendo que em abril foram beneficiadas 133 famílias e em maio 350 famílias foram contempladas. A coordenadora conta ainda que existem mais 2000 famílias cadastradas que esperam receber o benefício nos próximos meses.
A ação desenvolvida pelo “Coletivo SEMEAR” e a ONG Caraíva atende, basicamente, dez comunidades; dentre estas, sete indígenas a cargo do SEMEAR (Xandó, Porto do Boi, Barra Velha, Bugigão, Boca da Mata, Meio da Mata e Pará) e três a cargo da ONG Caraíva, ( Caraíva, Nova Caraíva e Jambreiro).
A ação, que avança em seus propósitos iniciais de distribuição de cestas-básicas, tendo inclusive implantado a criação de canteiros hortifruti em cinco aldeias, não tem a participação de nenhum poder público e é toda realizada com doações individuais e de empresários da iniciativa privada.
A triagem, armazenamento e distribuição de cestas básicas, têm sido feitas com rigorosa observância das práticas de higiene e distanciamento, recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e acompanhada de instruções educativas para as comunidades, essenciais para evitar a disseminação do COVID-19.
“Estamos distantes fisicamente, mas estamos juntos no propósito, junte-se a nós na missão para não deixar ninguém passar fome”, conclama os organizadores.