Para quem não sabia, a região de Porto Seguro tem uma história rica na música eletrônica. Trancoso foi o berço de tudo isso no Brasil. No final dos anos 80 e início dos 90, o distrito recebeu suas primeiras festas. O produtor Kranti foi um dos responsáveis por trazer o trance de Goa (Índia) para Trancoso.
A partir daí, as raves foram se tornando mais comuns, atraindo djs de todo o mundo para cá. E ao longo das décadas, o ritmo foi evoluindo em diversas vertentes. Quem conta melhor essa história é o Dj e produtor de eventos Drago Klanndestiny.
Chileno de Santiago, mas dividindo seu amor com Val Paraíso onde residiu por um bom tempo, Drago frequenta o sul da Bahia por mais de duas décadas e nos últimos anos fixou residência em Arraial d’Ajuda. Aqui, ele promove suas festas em sua residência na Green House ou no La Plage Beach Club, onde também atua como dj residente. “O Goa Trance foi o primeiro a desembarcar no Brasil, depois veio o psy trance. Foi uma época prospera. Trancoso se tornou a capital brasileira da música eletrônica. Isto foi até 2002, quando tudo mudou. Os ricos compraram as praias e os produtores pararam de fazer festas. Os djs se mudaram para o Alto do Paraíso (GO) e demais cidades do Brasil”, explica o dj.
Entre 2002 e 2006 foi a Idade Média da música eletrônica em nossa região. Em 2007, o ritmo retorna em Arraial d’Ajuda com o House, Eletrohouse e o Minimal. “Na época, casas como o Girassol (hoje Morocha Club), Etnic e Corujão apostaram de novo no gênero, remontando a cena do trance, que veio recondicionado com influências do Groove, Tecno (de Berlim, Alemanha), Progressive e Deep House”, esclarece Drago.
A barraca de praia Magnólia consolidou Arraial d’Ajuda, atraindo grandes djs do Brasil e do mundo em apresentações que viravam o dia.
Atuando há 15 anos como dj, Drago percebe uma diferença de gosto entre o povo brasileiro e o europeu. “O brasileiro curte mais uma batida pesada do baixo, uma forte influência do funk, que não é muito apreciada pelos europeus”, analisa.
Atualmente, o Deep House caiu nas graças do público. “Arraial d’Ajuda possui muitos djs, cada um tem um gênero que prefere, alguns com influências europeias, outros estadunidenses. Eu estudei todos os gêneros, passei pelo Eletrohouse e o Minimal, mas agora estou desenvolvendo sets de Deeplounge, músicas praianas, para o dia”, conclui.
Quem quiser conhecer mais o trabalho no Dj pode acessar soundcloud.com/drago321 e conferir sua listagem de músicas.
Atualmente, além da Green House e do La Plage, Arraial ainda oferece para o amante do eletrônico, a opção da recém inaugurada Red Club (Antigo Rafa’s) na rua Mucugê, em frente o Morocha Club.
Nossa Drago é mesmo fantástico.Adoroooooooo, o Arraial ganhou muito com a presença dele.