Agentes de trânsito de Porto Seguro também são vítimas de agressões e xingamentos.

Sendo obrigados a lidar diariamente com xingamentos e agressões, os agentes de trânsito de Porto Seguro vivem o mesmo drama de funcionários que trabalham no trânsito em Salvador e outras capitais.

Em Salvador, já são 15(quinze) o número de funcionários que sofreram agressões corporais por parte de condutores de veículos insatisfeitos com orientações e autuações realizadas pelos funcionários da Transalvador- empresa do município que cuida do transito na capital.

Diante de tais ocorrências, a categoria vem se mobilizando, realizando passeatas e atos públicos, denunciando a violência e cobrando maior segurança para desempenharem suas funções.

A maior pressão é em torno da aprovação de um projeto- de- lei que prevê porte de armas não letais pela categoria.

Aqui em Porto seguro, o Jojô Notícias foi às ruas e conversou com os agentes de transito local.

Segundo Péricles Bertollucio, a Secretaria de Trânsito de Porto Seguro, dispõe de 08 funcionários concursados, ( 03 inspetores e 05 agentes) e cerca de 20 contratados- via seletiva-, para fiscalizar o trânsito em todo o município. A secretaria conta ainda com uma frota de 03 veículos que dão suporte ao trabalho dos mesmos. O agente considera que as vagas destinadas aos deficientes no município, atendem à demanda, porém as destinadas aos idosos estão muito aquém do número ideal. ”A implantação do sistema faixa azul, contribuiria muito para o fluxo do transito na cidade”, pontuou Bertollucio.

Ainda, de acordo Péricles, os xingamentos e agressões, também são freqüentes em Porto Seguro. Ele mesmo já foi vítima de agressão corporal; tendo inclusive registrado um B.O. na delegacia de polícia, mas que até agora, nada aconteceu com o infrator.

O agente relata que em Porto Seguro, o servidor não tem competência para autuar o veículo com aplicação de multas ou solicitação de reboque, e que para tanto, é necessário uma comunicação à polícia militar para que os mesmos procedam a punição aos infratores.

Péricles se manifestou a favor do uso de armas não letais pelos agentes, até mesmo como forma de inibir a ação dos agressores, o que faria com que a violência contra os agentes diminuísse.

Ainda, segundo outro agente, que não quis se identificar, os agentes não têm nenhum treinamento de defesa pessoal, cursos de relações interpessoais e acompanhamento psicológico para lidar com essa situação.

É notório que a ausência de campanhas de conscientização, que ajudem a população compreender melhor o trabalho dos agentes, reflete no comportamento violento dos condutores.

Todos sabem que o papel de fiscalizador, nem sempre é bem visto pela sociedade, e aqui em Porto Seguro, a situação tende a piorar, caso o convênio entre a secretaria de trânsito e o Detran local, entre em vigor, permitindo aos agentes de trânsito municipais autuarem os condutores infratores.

Especialistas divergem sobre o uso de armas não letais pelos servidores (armas de choque e spray de pimenta), mas em Brasília, onde os agentes portam os equipamentos desde 2012, o número de agressões foi reduzido em 50%. Contudo, é bom destacar, que não basta ter a arma- é preciso treinar os agentes, para que os mesmos distingam o momento certo da necessidade.

“Agressão verbal a gente lida de forma verbal, mas à medida que a agressão aumente, tem o uso gradativo da força”, explica o especialista Elder Marcos, auditor fiscal do Detran do Distrito Federal e presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Órgãos de Transito.