É bem curto o tempo utilizado pelos vereadores durante o uso da “Tribuna Livre”. Cada um tem três minutos para expor seus projetos no Pequeno Expediente de cada sessão.
Há tempos acompanhando diversas formações da Câmara Municipal de Porto Seguro e nunca se viu tantos vereadores utilizando esse espaço para falar de indicações e de requerimentos. E enchem a boca para falar de suas indicações, como se o prefeito estivesse assistindo a sessão e anotando a tudo que eles pedem.
As indicações e requerimentos possuem pouca ou significância alguma, afinal, o Executivo já possui no seu plano de governo, em suas secretarias de Planejamento e Obras, as ruas, os bairros e os distritos que receberão intervenção do município. São tão banais tais projetos, que eles são votados em bloco pelos edis.
Indicações e requerimentos não passam, sequer, de sugestões que o vereador faz ao Executivo.
E não se pode colocar apenas na conta dos nove novatos – que estrearam esse ano no cargo da Casa Legislativa – pois teve muito veterano aproveitando esse embalo.
Tirando um ou outro, com rara exceção, que apresenta projetos consistentes, que impactam nossa sociedade como um todo, de forma positiva, seja para o Meio Ambiente, Saúde, Infraestrutura; para o Trânsito, o Turismo ou qualquer outro setor, cuja relevância social seja inerente, a grande maioria se limita em bater na mesma tecla; a tecla de suas superestimadas indicações.
E para completar tal disparate cognitivo, deram agora para terminar sua retórica, durante o uso da tribuna, com slogan de campanha, falando de si mesmo na terceira pessoa, do tipo: “Fulano, trabalhando para o povo”.
É bizarro!
A Câmara Municipal encerra suas atividades esse ano na sessão da próxima quinta-feira, 16 de dezembro, e mais uma vez, a Tribuna Livre foi muito utilizada para expor esse tipo de coisa, da banalização de sua importância como plataforma de comunicação do Legislativo para a sociedade.
O problema em si, no entanto, não é apenas banalizar a tribuna, o que preocupa, é que o vereador acha mesmo que está enganando alguém com projetos de indicação e de requerimento.