A venda e autorização para realização de obras no terreno pertencente à igreja católica, em Arraial D’ajuda, distrito de Porto Seguro, contrariaram e provocaram variadas reações dos edis, na sessão desta quinta-feira, 28/11, da Câmara de Vereadores de Porto Seguro.
Para surpresa da paróquia e de moradores, a área histórica, de mais de três hectares, conhecida como Mangueiro da Santa, amanheceu ocupada na manhã de terça-feira, 26/11 com materiais de construção e equipe de pedreiros, serventes e mestre-de-obras, com licenças e alvarás, concedidos pela Prefeitura de Porto Seguro, para iniciarem uma obra que ninguém sabe de quem é e de que forma conseguiram farta documentação para permissão.
“Esta venda foi feita no governo de Abade”, pronunciou o vereador Robinson Vinhas, em defesa da prefeita Cláudia Oliveira. Só não explicou porque, após meio século da doação da área à igreja (em 1965), pelo prefeito Armando Carneiro, somente agora e, apenas agora aparecem pessoas documentadas e licenciadas para ocuparem o terreno. Coincidência ou decidiram transformá-la em um laranjal?
“numa rápida pesquisa no cadastro, descobri que a área tem mais donos. Foi tudo ilegal e imoral; nada disso passou por esta Casa. Do jeito que vai, daqui a pouco estão vendendo a água da bica do santuário. Vocês não sabem da missa o terço”, concluiu o vereador Robinson, sugerindo a dimensão da maracutaia.
Já o vereador Nido demonstrou grande preocupação sobre as formas de consecução da documentação que permitiram o licenciamento da obra e expedição de alvará de construção. “Para conseguir essas documentações, a área precisa ser vistoriada; como foi liberada uma área que é de conhecimento público pertencente à igreja”? Questionou o vereador.
Por fim, o vereador Cido Viana sugeriu à presidência da Casa, a elaboração de um requerimento para ser encaminhado ao executivo, para saber como foi feita toda a transação que revoltou os arraianos, religiosos e portossegurenses de uma maneira geral.