A sessão da Câmara de Porto Seguro desta quinta-feira, (24/11) se caracterizou pela variedade de pautas. Das costumeiras abordagens de agradecimentos ao executivo e a seus auxiliares, por limpeza de ruas, iluminação, reformas de escolas e postos de saúde, dentre outras; chamou a atenção o uso do expediente pelos vereadores Roló (PSC) e Lucas Barreto (PMB), que sugeriram a convocação do Diretor do Hospital Deputado Luís Eduardo Magalhães (HDLEM), para se manifestar e explicar, segundo os vereadores, sobre o péssimo atendimento prestado à população de Porto Seguro.
O HDLEM é sabidamente um hospital do Estado e sua administração é escolhida por licitação do governo, entretanto, de acordo o vereador Roló, o município faz vultuosos repasses à instituição como pagamento de internações e outros procedimentos hospitalares. O vereador chegou a relatar uma cena que presenciou, classificada pelo mesmo como uma covardia e absoluto absurdo, da recusa, por um médico da instituição, em atender uma paciente em caráter de emergência, sob alegações improcedentes. “Se não quiser atender e respeitar a população, que vá administrar em outra cidade”, desabafou Roló
O vereador teve a solidariedade do edil Lucas Barreto que, após relatar a falta de respeito e de profissionalismo dos profissionais, sugeriu a elaboração de uma nota de repúdio contra a instituição.
A vereadora Lia Arigatô (AVANTE), que abriu os pronunciamentos do “pequeno expediente”, voltou a elogiar o executivo municipal pelos serviços que estão se finalizando no Centro de Zoonoses Municipal, e reiterou seu apelo para que seja feita a cobertura da feirinha, próxima à Praça São Sebastião.
Charles Sena (PROS), mais uma vez, questionou a qualidade dos materiais que estão sendo usados nos acabamentos de obras. O vereador também relatou o abandono de bairros como Porto Alegre I, Nilo Fraga e Casa Novas: “o prefeito tem toda a boa vontade, mas os serviços dos empreendedores contratados são inaceitáveis”, pontuou o vereador.
O vereador oposicionista, Bolinha (PSC) trocou uma série de informações com o vereador e líder do Governo, Dilmo Santiago (PL), sobre valores de contratos e os responsáveis sobre a execução dos serviços contratados. Segundo Bolinha, funcionários da empresa Construíta, que pavimentou a Praça da Paz e outras obras no entorno do Bairro Baianão, há mais de 50 dias não paga os funcionários e que, em função de terceirização de serviços -três empresas realizam o serviço para um consórcio vencedor da licitação-, os trabalhadores ficam sem saber quem está devendo, portanto, sem saber de quem cobrar. Os vereadores travaram um debate sobre as questões jurídicas que envolvem o contrato e concordaram em desvendar o imbróglio para resolução das dificuldades dos trabalhadores.
Nilsão (PROS) justificou o uso da tribuna para reclamar da permanência de barracas na Rua 27 de Maio no Bairro Baianão que insistem em bloquear a rua, durante toda semana. Segundo o vereador, ele já fez contato com o Superintendente do setor, Carlos Campeche, mas que nada foi resolvido. Nilsão também agradeceu a aprovação de projeto de sua autoria que cria o “Dia da Superação”, dedicado àquelas pessoas que se reabilitaram de dependências químicas. A instituição da data foi objeto de matéria aqui no JoJô Notícias (leia Aqui)
Os vereadores Van Van (PSD) e Vinícius Parracho (UB) cobraram um protagonismo maior da Secretaria de Planejamento. Van Van citou a falta de uma ambulância no distrito de Vale Verde, durante um longo período, mas que já foi resolvido. Já Vinicius questionou para quê que serve a SEDUR? “Não vejo absolutamente nada. Não tem um plano de drenagem, Pavimentação, urbanização. Ou se cria um planejamento, ou a cidade vai ser levada pela maré. O setor é um barco sem vela, sem saber pra onde estar navegando. A cidade exige um planejamento, que a SEDUR compareça a esta Casa e explique a que veio”, afirmou o vereador
Por fim, o líder do governo, vereador Dilmo Santiago disse estar se sentindo como um “galo velho que sai de uma rinha”, mas não fugirei da raia.
Temos em Porto Seguro muitas construções inadequadas e em lugar impróprio que, com a intensidade da chuva, representam um risco permanente para a administração.
O vereador também lembrou que, embora tenham sido celebrado contratos, não há dotação no orçamento que permitam utilizar os valores contratados. “Todos estão questionando, e vão continuar. Não vamos nos arregar, nem abandonar o barco. No próximo ano as coisas estarão bem melhores”. O vereador lembrou que mesmo com as restrições de dotação, o governo realizou obras importantes e que não têm a visibilidade como as rotatórias e a Passarela da Cultura; citou a reconstrução da Estrada dos Búfalos, A ladeira da Xurupita, Ladeira do Mundaí até o Anel Viário, e dezenas de reformas em escolas e postos de saúde, além de pavimentação em ruas de diversos bairros do Complexo Frei Calixto e Arraial d’Ajuda.
A bancada também criticou uma comissão que foi criada para elaborar um diagnóstico sobre a saúde do município e que consideram inócua e sem representatividade. O vereador e também médico, Dr. Ânderson cobrou a falta de médicos na referida comissão.