Vereador diz que prefeita traiu vereadores que traíram a “guarda municipal”

O vereador Dilmo Santiago, ex-líder do governo Cláudia Oliveira na Câmara de vereadores de Porto Seguro, criou uma metáfora, bastante curiosa, para explicar, na sessão desta quinta-feira (03/09), o que verdadeiramente aconteceu na sessão extraordinária realizada na terça-feira (25/08), quando a bancada governista manteve o veto da prefeita, referente a três projetos legislativos, dentre eles o que regulamentava as atividades da guarda municipal no município

“A prefeita traiu os vereadores que traíram a guarda municipal”, filosofou Dilmo.

Em suma, o vereador afirmou que havia um acordo entre cinco vereadores da base governista na Casa, para votarem a favor da manutenção do veto da prefeita. Destes cinco, dois traíram e apenas três votaram pela manutenção do veto, o que foi avaliado nos bastidores como intencional e planejado pelos “edis”, para que camuflasse e dificultasse a identificação dos três votos; número que já era suficiente para a manutenção do veto da prefeita no projeto mais polêmico, pautado naquela sessão (relembre aqui).

Ocorre que, ao serem derrotados no plenário da Casa, os guardas se mobilizaram e se dirigiram à residência da prefeita onde foram recebidos e tiveram suas reivindicações, em parte atendidas, de forma verbal, que foram classificadas pela prefeita como “pontuação de melhorias”.

As dúvidas e questionamentos abordados pelos vereadores na sessão desta manhã foram os seguintes: se a prefeita queria pontuar melhorias para os servidores, porque vetou o projeto? Qual foi sua intenção em comprometer sua bancada com a manutenção do veto e depois “pontuar melhorias?”

De certo, como bem disse o vereador Élio Brasil, a Casa deixou de assumir o protagonismo que estava em suas mãos, com a derrubada do veto. Posicionou-se, mais uma vez, contra os interesses da população e renunciou à sua principal função de defender a sociedade do autoritarismo e revanchismo do executivo municipal.

Os vereadores, em sua maioria, lamentaram a edição do último decreto municipal nº 11.078/20, que confirmou e manteve a tendência de flexibilização e retorno das atividades comerciais, mas que reitera a suspensão das atividades dos músicos, ambulantes e outras categorias afins no município.

“Porque abrir cabanas de praias, bares e restaurantes e dizer não aos músicos e ambulantes? Não faz sentido; isso é falta de planejamento e insensibilidade com as classes mais carentes”, disse o vereador Bolinha.

Por fim a vereadora Ariana destacou seu requerimento solicitando a instalação de um Centro de Oncologia em Porto Seguro e revelou estar muito preocupada com a decisão da prefeita em suspender o auxílio-emergêncial que vinha sendo promovido pela administração, em atendimento a setores da educação, cujos servidores foram demitidos no início da pandemia. “Dinheiro tem, a verba tá vindo, pois está tudo parado e a economia é enorme com escolas fechadas, transporte, merenda etc.; esses recursos devem ser gastos com o nosso povo que não merece ficar desamparado. Nosso povo não pode padecer”, pontuou Ariana Prates.

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