Com as mudanças na lei eleitoral para as eleições municipais em outubro deste ano, a engenharia política que concedia aos caciques políticos a responsabilidade pela seleção e agrupamento dos candidatos a vereadores nas chapas para a disputa eleitoral tornou-se um complicado quebra-cabeças; porque não dizer: “um bicho de sete cabeças”.
As coligações partidárias para as eleições proporcionais acabaram; com isso, o candidato a vereador tem que analisar com muita prudência e astúcia o partido ao qual vai se filiar e, principalmente, os companheiros de chapa que disputarão com ele tão cobiçada vaga.
São várias as dificuldades que se apresentam. Primeiramente o partido terá que fazer o quociente eleitoral; ou seja: terá que conquistar em torno de 4000 votos para preencher uma vaga. Para tanto, terá que ter candidatos com potencial para atingir este número; e aí começa as dificuldades e o grande dilema: se filiar a um partido que tenha candidatos considerados fortes e já testados nas urnas com expressiva votação; não é uma boa opção; pois a ordem do preenchimento das vagas é a do mais votado. Contudo, se se filiar a um partido que não tenha um “puxador de votos”, corre o risco da legenda não atingir o quociente eleitoral e todos ficarem de fora. Eis a questão!
Esta situação tem provocado grande tensão nos candidatos com desdobramentos e fatos surpreendentes. Nesta semana o pré-candidato a vereador, Juninho JB, citado como um dos candidatos fortes, com votação expressiva junto à comunidade do Baianão e que, há anos, já havia declarado seu apoio ao pré-candidato a prefeito Jânio Natal, anunciou e postou fotos nas redes sociais com seu novo parceiro; o pré-candidato Ubaldino Jr.. Foi uma decisão inesperada, envolta em especulações e delicadas suspeitas.
A conhecida e tradicional “vira-casaca” de Juninho JB, parece ser apenas o início de um turbilhão político que ainda está por vir.
Com relação à disputa majoritária. O quadro não é diferente. A prefeita, até o momento, não tem um candidato com densidade política capaz de ganhar a eleição. Os ensaios com Maurício Pedrosa, Josemar Siquara, Daniela Mercury e Psirico, são piadas de carnaval. Há informações que o vice-prefeito Beto Axé-Moi, anda por Brasília, numa tentativa de viabilizar seu nome; situação pouco provável em função de seu indiciamento na operação Gênesis, que localizou em seu gabinete, na época Secretário Municipal de Finanças, talonários de cheques da Prefeitura de Eunápolis.
A Secretária de Ação Social, Lívia Bittencourt, que também vislumbra o trono da “Casa da Lenha”, adotou uma estratégia política diferente. Aparentemente independente, apostou no fracasso dos pretendentes do grupo ao cargo, articulou sua filiação ao PT e avaliou que o apoio de Cláudia e Robério à sua candidatura viria naturalmente, por ser ela a única e real alternativa da continuidade da administração “fraterna” na terra do descobrimento. Avaliou mal! Além de se indispor com a maior parte do grupo, as informações dos bastidores dão conta que a mesma não se filiará ao partido, complicando ainda mais sua situação política e deixando a companheirada sem alça.
Esta é uma novela que, mesmo com o final marcado para 03 de abril, esperam-se muitas emoções.