Povo decreta, nas urnas, aposentadoria política compulsória da “família Pinto”

A outrora temível e poderosa família Pinto, que semeou seu nascimento na Bahia, em terrenos férteis que sobraram da tirania e arrogância do cacique Baiano, Antonio Carlos Magalhães, parece ter dado seu último suspiro nas eleições que se encerraram no dia 2 de outubro.

A Família conquistou um patrimônio político e financeiro desde a promulgação da Constituição Cidadã, em 5 de outubro de 1988,  que veio se tornar o principal símbolo do processo de redemocratização nacional,  após 21 anos de regime militar.

Tendo como seu mentor, o médico e ex-deputado federal, Uldurico Pinto, a família teve uma trajetória surpreendente, galgando cargos e postos na esfera estadual e federal, e conquistando prefeituras em diversos municípios da região. Quando não eram da família, eram amigos, aliados e asseclas, cujo propósito era expandir o império galináceo.

Entretanto, a ganância, o “panelismo” e a megalomania do comandante-mor engoliram os jovens sucessores, que vislumbraram na corrupção, o caminho mais fácil para se estabelecerem e se enriquecerem rápido, como num toque de mágica.

Assim o fizeram, ficaram milionários, mas sem o poder político usado para tanto e sem a áurea, impiedosamente retirada pelo povo e eleitores que lhes adoravam e passaram a odiá-los.

Ubaldino Jr. é o exemplo clássico dessa odisséia. Eleito para prefeito de Porto Seguro, sendo à época, o mais jovem gestor do país, hoje, assiste e narra, em sua própria emissora de rádio, sua decadência, e seu fracasso político.

Logo após sua eleição, o jovem prefeito aliou-se àqueles que sempre foram seus algozes e adversários políticos, que determinavam sua trajetória de ascensão. Juntou-se aos mesmos, prevendo baús de moedas, e escancarou seu lado perverso da traição e deslealdade ao povo que o elegeu, e aos padrinhos políticos que lhe ensinaram a arte da política e da gratidão, como o saudoso Valdir Pires.

A denominada “Aliança Forte” celebrada pela “família Pinto” com o grupo político de Antonio Carlos Magalhães na Bahia, deu início à derrocada e à insignificância da família nos dias de hoje.

Sem poder concorrer a cargos eletivos em eleições, devido ao enquadramento na Lei da Ficha Limpa, a família se aventurou, nas últimas eleições municipais (2020), em disputas eleitorais no modesto município de Santa Cruz Cabrália, com o ex-prefeito de Porto Seguro, mais conhecido como Baiano e, em Porto Seguro, com o jovem Deputado Federal Uldurico Jr., numa coligação desesperada e asquerosa com a ex-prefeita, envolvida numa série de operações da PF e MPF, Cláudia Oliveira, cujo resultado todos conhece: uma histórica e retumbante derrota para o atual prefeito da Terra Mãe do Brasil, Jânio Natal.

Cláudia, nessa eleição de 2 de outubro de 2022 disputou, em dobradinha com Uldurico Jr., uma vaga no parlamento estadual; logrou sucesso, só não se sabe até quando, devido às investigações mencionadas acima. Já Uldurico Jr. se ferrou e, no momento, está desempregado.

Ato contínuo, a poderosa e milionária família Magalhães vê o seu nanico e último representante, se bater num segundo turno de eleição municipal para a prefeitura de Salvador, enquanto os “Pinto” convive com a perda do seu último moicano num parlamento, com a derrota melancólica do jovem e, talvez, político promissor, Uldurico Jr..

Para não precipitar em dizer que foram varridos do vasto território baiano, resta-lhes uma prefeitura nos rincões do Extremo Sul Baiano (Medeiros Neto), cujo gestor pertence à 1ª geração de políticos da família, aonde refugiam suas amarguras, suas decepções e, claro, suas emendas parlamentares. E, quem sabe, talvez, tramem um retorno das cinzas.

Hoje, entraram para a história política da Bahia, como um cordel rimado em escandalosas denúncias de improbidades e corrupção e com um vôo que diria, sem trocadilhos, não ser de uma galinha, mas de um pinto.

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