Políticos brasileiros importam novas técnicas de campanha política.

Empresas estrangeiras especializadas em campanhas pagas nas redes sociais, que antes eram proibidas no país, e passaram a valer com a “reforma política” sancionada por Temer em outubro deste ano, estão se instalando no território nacional, e, pelo visto, negócios não faltarão.

A procura tem sido intensa. Além de um exército virtual de fakes que já atuam a serviço de políticos no pais, agora chegou a vez da “psicologia comportamental”, usada intensamente na última campanha  presidencial nos Estados Unidos.

Os fakes, ciborgues ou personas, agora contratados por empresas específicas, geram cortina de fumaça orientando discussões para determinados temas, atacando adversários políticos e criando rumores, com clima de “já ganhou” ou “Já perdeu”. Exploram o chamado “comportamento de manada”.

A tática é criar uma noção de maioria, pelo volume de posts, e estimular pessoas reais, militância, a comprarem a briga.

Um desses funcionários que administra “fakes” chegou a definir o trabalho, com certo orgulho: “Você é só uma pessoa mascarada atrás de um perfil, a resposta é forte, o retorno é bom. Você sente que realmente faz diferença na campanha”.

Considerando que nas eleições de 2014, mais de 90 milhões de pessoas no Brasil usaram plataforma para debater temas relevantes para elas, e estimulavam o apoio ao seu candidato, percebemos a dimensão e a complexidade do problema.

O Facebook informa que suas políticas “não permitem perfis falsos. “Estamos o tempo todo aperfeiçoando nossos sistemas para detectar e remover essas contas e todo o conteúdo relacionado a elas. “Estamos eliminando contas falsas em todo o mundo e cooperando com as autoridades eleitorais sobre temas relacionados à segurança online, e tomaremos medidas também no Brasil, antes das eleições de 2018”.

Já a “Cambridge Analytica”, empresa pioneira no uso de psicologia comportamental, com base em grandes bancos de dados em campanhas política, e que atuou com desenvoltura na campanha de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, pretende usar um tipo de direcionamento chamado de “microtargeting”, que se revelou bastante efetivo com o advento das redes sociais, e consiste em escolher a audiência por fatores demográficos, como idade, sexo, e localização, também por assuntos de interesse com base na atividade, ou seja, naquilo que o usuário “curte” enquanto navega na plataforma.

Acontece que para se ter sucesso com esta estratégia é preciso um grande banco de dados, e é aí que entra a permissividade. Para isto serão usados principalmente dados do IBGE, do SERASA e a aplicação de questionários.

Nota-se que sem a parceria do Facebook, os negócios não andam. Sua participação é fundamental.

O assanhamento no meio político pelas estratégias é imenso e vivem sondando o escritório dessas empresas.

Se os resultados serão eficazes…. Acho que todos estão dispostos a pagar pra ver.

Por informações: Folha de São Paulo

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