Pela 1ª vez Câmara de Porto Seguro aprova contas de um prefeito investigado pela PF

Ter as contas aprovadas pela Câmara de vereadores de Porto Seguro, mesmo sendo essas contas rejeitadas pelo TCM (Tribunal de Contas dos Municípios), não é nenhuma novidade para o eleitor portossegurense. Mas, além de rejeitadas pelo TCM, ter sido indiciada já em uma operação – gênesis – e está sendo alvo de profundas e intensas investigações pela Polícia Federal – fraternos – é a primeira vez na história do Legislativo Municipal de Porto Seguro que isto acontece.

Esta é a grande diferença de outras aprovações de contas rejeitadas pelo TCM, tomada pela Câmara de vereadores de Porto Seguro, na quinta-feira retrasada, último dia do mês de fevereiro, 28/02.

Conspirava contra a prefeita “fraterna”, Cláudia Oliveira, ter todas as contas rejeitadas durante a sua primeira gestão e nesse início de segunda gestão; ser campeã na Bahia de multas aplicadas por irregularidades nessas contas pelo TCM, e suspeitas de desvios na ordem de 68 milhões de reais, aproximadamente 1/4 de toda a receita anual do município, apontados pelo TCM, nas contas que estavam sendo votadas, por licitações irregulares e direcionadas, excesso de pessoal, pagamento de multas indevidas etc. Contudo, o mais grave é o fato de a mesma está sendo investigada pela PF, sendo inclusive afastada de suas funções, por um período de seis meses, em função desses delitos.

Alguns vereadores alegaram que as operações “fraternos” e “gênesis” não poderiam ser levados em conta na votação, por não terem sido concluídas. Ora bolas… neste caso então, o mais sensato e coerente para os “edis” seria então pedir o adiamento da votação até que o seríssimo trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal fosse finalizado.

Aprovar as contas da prefeita nessa condição (sob investigação da polícia federal) foi uma decisão equivocada que, aparentemente, reedita uma inoportuna e repugnante cumplicidade entre o legislativo e o executivo, expressamente repudiada e rechaçada pela sociedade, e que fatalmente será lembrada e julgada nas urnas em futuras eleições.

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