Passado sombrio e presente reprovável projetam o futuro temeroso da candidatura Uldurico Jr (PROS) em Porto Seguro

O jovem deputado federal Uldurico Jr, ainda dava seus primeiros passos enquanto pai, tios e primo já haviam desvendados os segredos e os caminhos mais curtos para se enriquecerem com a política.

No início posaram de oposição ao governo do velho cacique ACM (Antonio Carlos Magalhães) e se projetaram como opção viável à liderança sólida e única na capitania de Porto Seguro do outrora, Pero do Campo Tourinho. Foi um período áureo, com conquistas de diversas prefeituras (Teixeira de Freitas, Medeiros Neto, Porto Seguro e até a pacata Serra dos Aimorés, nas alterosas de Minas Gerais). Nesse momento, o cacique, o galo idealizador e descobridor do nicho político, Uldurico Pinto, iniciou suas estripulias como deputado federal, carreando as famigeradas emendas parlamentares para as prefeituras conquistadas. Foi uma festa só; até ser flagrado em diversos esquemas de desvios e corrupção no erário, sendo o mais conhecido como os “anões do orçamento”, que ano a ano reduziu sua significância política, arrastando com ele, irmãos e sobrinho, cujas trajetórias políticas foram subitamente interrompidas com processos judiciais, afastamentos e que culminou com a inelegibilidade dos adultos da família na sua totalidade. Agora, em 2020, com a decisão do TSE em aceitar as candidaturas ficha suja, catalogadas em 2012, eles estão de volta. O cacique Baiano é candidato em Santa Cruz Cabrália, O pajé Beto Pinto, é candidato em Medeiros Neto e o mais conhecido de todos, Ubaldino Jr., tentou ser candidato, novamente em Porto Seguro, mas a justiça foi implacável, não quis saber de liminares e o manteve inelegível.

Neste período de grande ostracismo e frustração, por não poder realizar a única coisa que aprendeu na vida, a política, Ubaldino assumiu o microfone de sua rádio e dali destilava todas suas frustrações, com enredos que derrubavam e estabilizava governos, de acordo sua fúria verbal. A prefeita Cláudia Oliveira deve ter perdido centenas de noites de sono e lágrimas com o que e a forma como o jovem e abandonado alcaide a ela se referia.

Parecia ser um final repetitivo de um filme que todos os portossegurense já estão acostumados a ver. Todos se enganaram, até os mais fiéis e obstinados colaboradores ficaram surpresos. Num golpe desesperado e fora das regras, Uba tramou, sorrateiramente, uma aliança com o grupo da prefeita. O inimaginável! O impossível! Seria o cardápio que os Pintos iriam oferecer à população, desta vez.

Com três derrotas acumuladas (pode até pedir música no Faustão), duas com o irmão Lúcio e outra com o caçula Cristiano, Uba resolveu temperar o pirão. Canonizou Cláudia, perdoou-a de todo os pecados e achou vaga para a mesma em seu santuário. Para Cláudia e seu grupo, tudo bem; silenciaram as denúncias, ninguém fala mais de quadrilha, “fraternos” e de desvios de 250 milhões, e teremos mais um membro na fraternidade.

“Tudo fácil e arranjado; esquecemos seu passado sombrio, ele ignora nossas maracutaias do presente e, de mãos dadas e com a ajuda do coronavírus; e mesmo com a receita improvisada e destemperada, será digestiva para o povo”,raciocinaram as lideranças.

Ledo engano! A “aliança coronavírus” não decola nem na propaganda. A candidatura de Jânio Natal (PL), agora confirmada com o empresário e ex-presidente da Câmara, Paulinho Tôa Tôa (DEM), como vice, cada dia se consolida. A derrota, mais uma vez, parece eminente.

Jânio Natal e Paulinho Tôa Tôa celebram união

“Fiz tudo que foi possível para ser o candidato. Jamais deixaria acontecer, quando há três dias antes das eleições fui barrado. Se houvesse riscos eu faria a substituição. Na semana da convenção percebi que iria acontecer a tragédia de 2008 e convidei o meu sobrinho, que é meu sangue, Uldurico Jr., para assumir a candidatura”, disse Uba em seu programa de rádio.

Mais uma de tantas outras lorotas contadas pelo velho Uba. Desde antes da pré-campanha vinha cantando de galo que ele era o candidato e que não havia nenhum impedimento legal que o pudesse afastar da disputa, chegou a postar áudios e vídeos, amplamente divulgados em redes sócias, com esta afirmação.

“O momento é de muita preocupação, a cidade está fechada desde março, embora tenham acontecido algumas medidas que mitigaram o efeito da pandemia, teremos que enfrentar uma grande ressaca econômica, com a queda da renda das pessoas e da arrecadação do município. Não há mais importância em valorizar as diferenças políticas. Nossos partidos dialogaram e tornaram possível esta aliança. O ritmo das obras não pode parar”, justificou o renegado candidato.

Quanta hipocrisia, santa demagogia. Defender obras sem se importar com os custos e a qualidade das mesmas, não mais interessa. Avaliam que com os tratores as retro, as caçambas atropelarão a consciência e o senso de justiça do povo.

Essa nauseabunda aliança terá o mesmo destino da que celebrou com ACM em 1986. Carrearam, de fato, diversas obras, mas se enriqueceram aos tubos. Foram tantos os desvios e malversação do dinheiro público que o jovem prefeito responde a dezenas de processos em diversas instâncias judiciárias e permanece afastado, na condição de inelegível, até hoje.

A impressão é que, cegos e ávidos pelo poder, tentam reeditar a mesma história com um novo protagonista. Abra o olho Uldurico Jr.; esse imbróglio é fácil de iniciar, o difícil é sair dele depois.

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