A justa e eficiente operação fraternos, desencadeada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal e que culminou com o afastamento dos prefeitos de Eunápolis, Porto Seguro e Sta. Cruz Cabrália, Robério Oliveira, Claudia Oliveira e Agnelo Junior, respectivamente, deixou mudas que insistem em florescerem e resistem à terra arrasada.
“A administração foi afastada, mas os afastados permanecem na administração”. É como aquele velho mantra: “agente sai da roça, mas a roça não sai da gente”.
Assim vem acontecendo com os municípios da “costa do descobrimento”.
À exceção do município de Cabrália, onde o novo prefeito Carlos Lero, com muita coragem e firmeza, realizou mudanças significativas, com o respaldo da câmara municipal, substituindo colaboradores próximos e funcionários chaves na administração, o que lhe assegurou resultados favoráveis na gestão, os outros dois municípios (Porto Seguro e Eunápolis) não conseguem estancar a sangria provocada pela operação.
No município filho da terra-mãe do Brasil, Eunápolis, o prefeito Baiôco até que tentou. Dispensou o chefe de gabinete, da extrema confiança do ex- gestor Robério, trouxe o Neto Guerrieri, um ex-prefeito bem avaliado, trocou a secretária de saúde, setor estratégico de qualquer administração, mas enfrenta a forte resistência de uma câmara configurada para a administração Robério Oliveira.
Em Porto Seguro é que a “porca torce o rabo”. O prefeito Beto Nascimento, que foi vice e secretário de finanças da gestora afastada, reluta em assumir e imprimir um novo modelo de gestão na sua administração. Preservou em secretarias estratégicas os mesmos servidores, desgastados e desacreditados pela população, alguns até alvos da operação deflagrada; Sustenta a malfadada e contraditória logomarca, “pra viver e ser feliz”, e faz questão de frisar em seus pronunciamentos, a eficiência e o legado da administração afastada por graves suspeitas de fraudes e corrupção.
Com essa postura, o prefeito Beto Nascimento, não consegue se desvencilhar do assombroso fantasma da administração Claudia Oliveira, até porque, se não mexer na equipe, trocar os laterais, centroavante, etc. A derrota é eminente.
Só como exemplo veja a substituição da secretária de educação. A substituta, professora Rowenna, uma técnica extremamente competente e preparada para a função, tem enormes dificuldades para sanar a questão do transporte escolar. Sabem por quê? Permanece lá, nos mesmos setores, as pessoas que motivaram a deflagração da “operação gênesis”, que detectou graves irregularidades na prestação dos serviços.
Seu líder de governo na câmara municipal, exímio conhecedor das atividades de garotas de programa, é o mesmo da gestora afastada. Vereador reprovado pelo voto popular, sem carisma e, creio eu, está na casa errada. O Café Bagdad, seria o lugar mais apropriado.
Exemplificando mais uma vez, o referido líder, na última sessão de quinta-feira, 08/03, fez referencias à uma minoria de vereadores que ,segundo ele, aguardam que ele os encaminhe ao prefeito para solicitarem propinas. Pasmem com essa aí! Marcou uma reunião dos vereadores com o prefeito para aquela mesma data, às 4horas da tarde, e adivinhem! Ninguém compareceu.
O presidente da câmara, assim como o líder do governo, fruto de costura política do ex-imperador Robério Oliveira, completa o caos político instalado no município com o advento da “operação fraternos”.
Alvo de freqüentes denúncias de irregularidades na imprensa local e regional tinha como maior objetivo, suceder a ex-prefeita afastada Claudia Oliveira. Percebendo que essa postulação requer muito mais neurônios do que possui, prioriza a reeleição para a presidência da câmara. Acredita que convencerá seus pares, com projetos como o 13º, construção de nova sede e outros, para modificar a lei orgânica do município, que veta tal propósito.
Ocorre que seu desgaste político cresce em medida proporcionalmente inversa aos seus obscuros desejos. Em vez de exibir nas redes sociais e na tribuna da casa, cópias de processos licitatórios e justificativas plausíveis para contratações de assessorias e serviços com preços acima dos praticados no mercado, optou, aliado à “imprensa do bem” por exibir cópias de processos movidos contra sites, jornalistas e radialistas que cobram a tão propalada transparência que somente ele e a “imprensa do bem” enxergam.
Chegou ao ridículo de expor a vida pessoal de articuladores da mídia, desqualificando-os, com a escusa intenção de defender a sua moral e suas suspeitas ações.
Acredita piamente que com essa atitude de intimidação, silenciará a imprensa. Ledo engano e robusta demonstração de despreparo, arrogância, prepotência e desespero.
Nesse contexto, Porto Seguro vive momentos dramáticos de sua história política e administrativa.
Enquanto a administração vacila em governar, os problemas e as dificuldades vão se amontoando.
A “operação fraternos” veio como um sopro de esperança para a população, que ,silenciosamente, e disciplinadamente sofria com o fogo abafado nos descasos da saúde, educação, infraestrutura e tudo mais.
Entretanto, o sopro virou tempestade, de repente o povo acordou, a cidade e o país estão mudando, a consciência política ganha espaço nas filas dos hospitais, nas escolas, e nos entraves burocráticos da má administração. E aqueles que resistem ao diálogo, à cidadania e às críticas, perderão seus cargos e não farão, felizmente, mais parte desta história.