“Mala preta” e painel eletrônico ameaçam eleição para a presidência da Câmara de Porto Seguro

O que parecia ser um “Céu de brigadeiro” para o grupo dos dez, formado pelos vereadores que aparecem acima na foto, com a ausência do vereador “Bolinha”, justificada por um compromisso assumido anteriormente; esboça contornos sombrios de nuvens carregadas e escandalosos trovões.

Como dizia o saudoso Tancredo Neves: política é como nuvens; hora está de uma forma, de repente assume outra formação.

Na natureza o fenômeno pode ser visto com absoluta naturalidade. Na política, na maioria das vezes, a “mala preta” é a responsável pela alteração do cenário.

As notícias que nos chegam, inclusive dos atores envolvidos, dão conta que o mensageiro e seu obscuro utensílio não lhes dão sossego. É na porta dos gabinetes, nos celulares, nos correios eletrônicos, através de recados, enfim, toda a forma de comunicação possível está sendo utilizada para barrar a vitória da chapa “Porto Seguro acima de tudo” consolidada e oficializada em documento encaminhado à mesa diretora da Casa e aos meios de comunicação local, assinada pelos dez vereadores.

A prefeita Cláudia Oliveira demonstra não aceitar essa renovação na Casa Legislativa. Já, em três oportunidades, o líder do governo, Dilmo Santiago lançou três candidatos alternativos ao nome do, até então, preferido pela administração e atual gestor, Evaí Fonseca, mas que, pela sua natureza e irreparáveis equívocos, se inviabilizou.

Dilmo apresentou, primeiramente, o vereador Bibi Ferraz, não funcionou; depois Geraldo Contador, a emenda ficou pior que o soneto. Por fim, numa tentativa desesperada e matreira de desestabilizar o grupo, lançou Élio Brasil, ex-presidente da Casa, vereador vivido e um dos articuladores do “grupo dos dez”; sendo rechaçado, veementemente, pelo próprio vereador, na mesma sessão, que percebeu a ardilosa e fútil manobra.

O que a população espera desses bravos vereadores, que optaram pela mudança de gestão na Câmara e imaginam um legislativo independente, sem um alinhamento automático ao executivo, é que se mantenham firmes, resistam à essas investidas inescrupulosas e maléficas à democracia, que os condenarão, politicamente, pro resto de suas vidas.

Por outro lado, nunca é demais lembrar a postura vigilante da justiça e da polícia federal no país, nos períodos recentes. Desafiar e subestimar essas respeitadas instituições, não tem sido uma opção aconselhável. O julgamento popular também tem sido implacável com esse padrão de políticos corruptos e levianos; haja vista a fragorosa e vexatória derrota imposta pelos portossegurenses, à herdeira “fraterna”, Larissa Oliveira, na eleição para a assembleia Legislativa.

O recado foi claro. O povo, lucidamente e soberanamente, rejeitou a primogênita, identificando-a como fruto de um governo denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) e investigado e indiciado pela Polícia Federal em desvios superiores a 250 milhões de reais.

A população de Porto Seguro tem ciência e convicção dos males políticos e administrativos que os “Oliveiras” implantaram na terra do descobrimento, Todos sabem que ainda se mantêm no poder, em função dos milhões gastos com advogados, macumba, vantagens indevidas e só Deus sabe o quê mais.

Com relação ao painel eletrônico são procedentes as desconfianças da utilização do mesmo nessas votações. Recentemente, mesmo o vereador Élio Brasil estando ausente da sessão, o painel registrou seu voto sem ter havido, até hoje, uma explicação plausível para o fato. Ademais, violações de painéis eletrônicos nas votações em Casas Parlamentares do país, não é nenhuma novidade. Vêm acontecendo desde a época do senador, já falecido, Antonio Carlos Magalhães.

Diante do exposto, caro e atencioso leitor, percebe-se que os vereadores, nesse momento, podem dar um passo importante, no sentido de começar a desbaratar essa sórdida estrutura política montada e, quiçá, daqui a dois anos, o povo possa completar o serviço, dizendo pra essa organização que coloquem o Trio Axé no saco e vão tocar em Itaberaba, Cabrobó, até mesmo naquela cidade, no interior de São Paulo, onde a prefeita costuma pagar suas promessas, desprezando os virtuosos santos que temos aqui; ou se preferirem; que toquem no “raio que os parta”.

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