A última sessão da Câmara Municipal do ano, na verdade, foram duas sessões no mesmo dia (uma ordinária, outra extraordinária), para que assim, projetos conseguissem ser aprovados nas duas votações.
Essas duas sessões ocorridas na quinta-feira, 17 de dezembro, encerraram o mandato de 2017-2020, e foram marcadas, obviamente, por um clima de despedida por parte da maioria dos vereadores; daqueles que não se reelegeram ou não concorreram para o cargo.
São eles: Lázaro do Axé Moi, Rodrigo Borges, Wilson Machado, Cido Viana, Hélio Navegantes, Elio Brasil, Evai Fonseca, Bibi Ferraz, Cacique Renivaldo e Lívia Bittencourt. Com a ausência de Geraldo Contador; um dos que não se reelegeram.
Contido no discurso de cada um deles, o agradecimento aos colegas, aos funcionários da Casa, à gestão municipal e à população portossegurense como um todo, além é claro, de demonstrar o aprendizado recebido ao longo desses quatro anos de experiência no Legislativo.
Os vereadores que permaneceram no cargo, que foram reeleitos, caso de Ariana Prates, Robinson Vinhas, Dilmo Santiago, Nido Vinhas e Van Van Lage, a retórica de agradecimento, se misturava com as perspectivas para o próximo mandato. Desse grupo de reeleitos, faltou no dia, o vereador Bolinha.
Quase todos os vereadores fizeram questão de parabenizar a nova gestão municipal, do prefeito eleito Jânio Natal e de seu vice, Paulinho Toa a Toa, desejando um bom trabalho nesses próximos quatro anos.
As últimas pautas do ano foram uma verdadeira festa de distribuição de títulos de cidadão portossegurense. Eles ofereceram títulos entre os próprios colegas e até o presidente do país, Jair Bolsonaro, que estava em rápida visita à cidade, foi agraciado com o título, que jamais irá receber; assim como outras honrarias aprovadas para diversas personalidades e autoridades, que nem sabem que foram homenageadas. Esses equívocos na aprovação da distinção, inclusive já denunciados aqui no JoJo Notícias (relembre aqui), acabou banalizando a mais importante honra mérita municipal.
De importância mesmo, apenas a aprovação do projeto que reajusta o salário dos servidores municipais e dos funcionários da Câmara, que passaram por sua última votação.
Eles também cantaram parabéns para a vereadora Lívia Bittencourt, que fazia aniversário no dia.
Enquanto isso, nos bastidores da Câmara, um oficial de justiça distribuía intimação aos vereadores, para esclarecimentos quanto às denúncias de candidatos “laranjas”, que facilitaram a reeleição de alguns, alertado por nossa reportagem.(relembre aqui)
Outro ponto significativo foi que, nenhum vereador sequer citou sobre a transferência de recursos do FUNDEB, exclusivos para manutenção de escolas, no valor superior a R$ 1,5 milhão, que a prefeita Cláudia Oliveira fez nesse último mês de sua gestão, do Executivo para conta do ex-candidato a prefeito Lúcio Pinto, avisado pela equipe de transição do governo Jânio Natal e publicado no nosso site (leia aqui). Ou seja, encerraram a legislatura como iniciaram, sem cumprirem a principal atribuição do “edil”: a de fiscalizar os atos do executivo.
Enfim, a sessão dupla foi uma mistura de bajulação mútua com a melancolia de quem está dizendo adeus.