Fraternos, gênesis, afastamentos, rachadinhas; o verdadeiro DNA da aliança “força da união”

A aliança divulgada e comemorada pelos grupos dos Oliveira e da família Pinto, na convenção partidária realizada em 16/09, além de escandalizar e banalizar a corrupção no município, tenta transformar e convencer o eleitorado de que a prática é comum e necessária.

O afastamento de Ubaldino Jr. pela PGR (Procuradoria Geral da República), acusado pelo órgão de desvios milionários, embora o tenha tornado inelegível, por séculos; já passou!

O afastamento de Cláudia e a família “fraternos” (Robério, Agnelo e a própria Cláudia), por um período de seis meses, por graves e documentadas suspeitas de desvios de 250 milhões dos cofres da Costa do Descobrimento, pelos quais, Cláudia cumpre medidas cautelares severas, como impedimento de viajar para o exterior, com passaporte apreendido pela Polícia federal; também tá no passado.

As investigações do envolvimento do jovem e agora candidato a prefeito de Porto Seguro, Uldurico Jr., em “rachadinhas” em seu gabinete na Câmara federal, que acontecem em sigilo de justiça, embora mais recente; não faz parte dos noticiários e muitos desconhecem

 Diante desse cenário, “fraternos”, inelegível, “rachadistas”, apaniguados e operadores da “ciranda da propina” (empresários que fraudavam licitações na Costa do Descobrimento) se uniram e fundaram a já popularmente conhecida como “aliança coronavírus”, em função do seu caráter avassalador e destruidor que representa.

 Travestida de unidade política e comandada pelos partidos PSD e PROS, este último atolado até o pescoço em denúncias de corrupção, inclusive veiculadas em rede nacional no programa “Fantástico” da rede Globo, a aliança teve como único mérito, unificar o discurso anticorrupção contra si própria, constatados nas reiteradas denúncias realizadas pelos seus patrocinadores, Cláudia e Ubaldino, durante um período de oito anos, em que Ubaldino acusava os fraternos de “organização Criminosa”, cobrando inclusive cadeia para os mesmos, e Cláudia rebatia, lembrando-o do seu afastamento definitivo e conseqüente inelegibilidade, e dos fatídicos pãezinhos da merenda escolar que eram adquiridos na capital do estado, Salvador.

O que poucos desconfiavam era de que se tratava de apenas um ensaio para a admissão do inelegível e seu grupo, ampliando a “fraternidade”, na busca de novas vias para a política local que pudesse frear o avanço natural da candidatura Jânio Natal.

Jânio e Paulinho

Os acordos que geraram a aliança coronavírus ficam evidentes quando refletimos sobre o que deveria motivar repentina união. Não há uma afinidade que se possa apontar entre os atores. Detestam-se. Torcem desesperadamente para o fracasso uns dos outros. Impossível projetar algum ganho econômico e social para o município com esta “ciranda”.

De verdade, o que está em jogo, é o financiamento da campanha que pensam em contabilizar com as doações. Nem o tempo de rádio e TV são relevantes, por não estarem com essa bola toda para gerar votos.

De acordo especialistas desde as eleições de 1989, os candidatos vitoriosos não precisaram de alianças , ou a tal capilaridade proporcionada pelos partidos ou políticos mais tradicionais. E apenas dois grupos insistem na importância do tempo de TV no horário gratuito, por motivos óbvios: os marqueteiros e os donos de emissoras de TV.

A história do candidato e novas formas de comunicação com o eleitor vão ter muito mais importância na campanha deste ano.

Prefeito com maior índice de rejeição da história de Porto Seguro desde sua emancipação política, Ubaldino Jr. pode ainda contaminar um eventual candidato governista, 

O eleitor portossegurense está mais indignado do que nunca com os políticos locais – de vereador a prefeito – e dará mais trabalho para ser convencido pelos candidatos de uma aliança improvisada, sem conteúdo e que optou por esquecer as mazelas, a corrupção, os afastamentos, as rachadinhas para o que deveria ser sua maior preocupação: a saúde, educação, segurança pública e a retomada dos empregos. Até o momento, os candidatos que conseguiram catalisar essa indignação, são os representantes da “aliança do bem”, Jânio Natal e Paulinho Tôa Tôa.

Existe ainda uma indignação que não está nas ruas, também por conta dessa nova forma de se manifestar via internet, mas é uma indignação clara e é preciso que os candidatos estejam sintonizados com isso. A “aliança do bem” conseguiu personificar essa indignação, potencializando suas chances de vitória no pleito.

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