Ex-presidente faz balanço de seus doze anos à frente da ADPS

Manoel revela o porquê de sua saída da associação

Na última semana, a reportagem do Jojô Notícias conversou com Luciene Oliveira Carneiro, atual presidente da Associação das com Deficiência em Porto Seguro, que hoje foi denominada para Fábrica do Ser. No intuito de entender um pouco da história de lutas e conquistas da instituição, nada melhor que saber do fundador e ex-presidente, Manoel José dos Santos, o trabalho que foi desenvolvido durante sua gestão.

Se você vê um cadeirante entrando ou saindo de um ônibus de Porto Seguro, utilizando as elevatórias, entenda que isso não acontece por acaso. Na verdade, isso foi fruto de muita luta do ex-presidente Manoel. Criada por ele em 2002, no bairro Frei Calixto, a ADPS teve papel fundamental na briga com as viações de Porto Seguro para que o acesso do cadeirante fosse garantido. “Tivemos diversas indisposições com essas empresas, até conseguirmos valer nosso direito”, conta o ex-presidente, que também conseguiu obter o direito ao passe-livre nos ônibus municipais e intermunicipais aos deficientes.

Outra importante bandeira defendida por Manoel ao longo de mais de uma década, foi a inserção dos deficientes no mercado de trabalho. “É muito difícil convencê-los a trabalhar. Primeiro, porque se ele está trabalhando, perde o benefício enquanto estiver empregado. Na maioria dos casos, o salário oferecido é o mínimo, ou seja, o mesmo que ele recebe sem precisar trabalhar. No entanto, nós buscávamos conscientizá-los da importância para sua autoestima e o sentimento de ser útil na sociedade”, considerou.

Todavia, o ex-presidente comemora que muitos deles foram empregados e até hoje continuam firmes em suas carreiras. “Temos deficientes trabalhando no Club Med, no La Torre, Cambuí, entre outras empresas, tudo fruto de nossa batalha. E até hoje, recebo ligações de empresas buscando oferecer vagas para os deficientes”, registra.

Pelo que conta Manoel, a falta de apoio governamental, em todas as suas esferas, foi o principal motivo para que em 2015, deixasse a instituição. “Sem ajuda, uma hora a gente cansa”, confirma.

Ele espera que Luciene continue a jornada de lutas e conquistas da ADPS, agora Fábrica do Ser, desejando toda a sorte do mundo para ela.

A instituição havia cadastrado durante sua gestão, cerca de 400 deficientes. A ADPS também realizava trabalhos assistenciais, ajudando deficientes na aquisição de muletas, cadeira de rodas e cestas básicas, na medida que conseguiam com as empresas privadas.

 

 

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