Com o avanço do calendário eleitoral para as eleições municipais de 2020, as divulgações de pesquisas tornam-se a principal estratégia para influenciar a filiação de candidaturas ao posto de vereador e direcionar o voto daqueles que vêm nestas o destino do seu voto.
Como os partidos têm até o dia 12 de abril para a entrega da lista dos filiados, e este é um dos requisitos para a obtenção do registro de candidatura a cargos eletivos, os candidatos a cargos majoritários se desdobram em contratações de Institutos de Pesquisas que lhes favoreçam nos resultados finais. Como fazem isso; não sei como explicar, mas que há manipulações; não tenho dúvidas. É aquele velho ditado: “quem contrata a banda escolhe a música”.
Recentemente, foi divulgada na mídia local e em redes sociais, uma pesquisa, registrada na justiça eleitoral (BA-0074/2020), em que o ex-prefeito e pré- candidato a prefeito, Ubaldino Jr. Aparece na liderança com 28,33% das intenções de voto dos portossegurenses, seguido do também ex-prefeito e pré-candidato Jânio Natal, com 17,83%; ou seja: juntos, os dois pré-candidatos têm a preferência de quase 50% do eleitorado; o que significa dizer que, um dos dois vencerá as eleições caso Lívia Bittencourt, Paulinho Tôa Tôa ou até mesmo a prefeita resolva apoiar qualquer um daqueles.
No quesito rejeição espontânea 44% disseram que não votariam de jeito nenhum para prefeito em Paulinho Toa Toa, 42,83% em Maurício Pedrosa, 42,50% em Chico Cancela, 41,00% em Beto Axé Moi, 40,00% em Lívia Bittencourt, 36,17% em Jânio Natal e 32,17% em Ubaldino Júnior.
Veja que esses números, além de não fecharem, são inexplicáveis.
Na rejeição estimulada, 20,17% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum em Jânio Natal, 14,83% em Ubaldino Júnior, 8,00% em Beto Axé Moi, 4,33% em Lívia Bittencourt, 2,83% em Paulinho Toa Toa, 2,17% em Maurício Pedrosa e 2,00% em Chico Cancela. Outros 45,67% dos entrevistados não sabem ou não responderam.
Aqui os números fecham, mas a discrepância dos números atribuídos à Paulinho Tôa Tôa são absurdos
Na mesma pesquisa, foi feita uma avaliação do governo da atual prefeita de Porto Seguro Cláudia Oliveira. A atual gestão foi considerada ótima para 12% dos entrevistados, boa para 22%, regular para 29,83%, ruim para 17,67% e péssima para 13%. Outros 5,50% não sabem ou não quiseram responder.
Chama a atenção na pesquisa é que quando o eleitor, de acordo a pesquisa, é questionado a responder, espontaneamente, em quem votaria para prefeito, 45% dizem não saber ou não responderam.
Esta é a maior evidência de que a liderança desta pesquisa não quer dizer nada. Aparentemente, a intenção é influenciar as filiações e canalizar o voto do eleitor para aqueles que estão na liderança como “massa de manobra”.
Além de estarmos ainda distante do pleito, divulgaram apenas o período e o número de pessoas ouvidas, mas aonde e em que circunstâncias levantam dúvidas e suspeitas.
O Instituto Foco, que realizou a pesquisa, afirma ter ouvido 600 pessoas no período de 15 a 18 de fevereiro e que o intervalo de confiança da pesquisa é de 95%, com uma margem de erro de 5% para mais ou para menos.