Nas últimas duas sessões legislativas o Vereador suplente Dilmo Santiago foi protagonista de declarações polêmicas. Não que nos cause estranheza falácias vindas do atrapalhado vereador, mas ele surpreendeu a todos com uma decisão um tanto coerente.
Líder do governo na Câmara dos Vereadores, Dilmo afirmou estar enojado com a forma que algumas pessoas tratam a política, levantando, segundo ele, inverdades acerca do seu mandato, e que por isso não seria mais candidato a vereador.
Assumindo a tribuna, acusou alguns colegas vereadores de estarem insatisfeitos com a sua atuação enquanto Líder de Governo. Enfatizou que seu papel não é conduzir os vereadores até o prefeito ou secretários para obterem benefícios próprios, e sim ser um canal de comunicação para que cada edil questione e apresente suas necessidades.
“Eu me respeito e tenho dignidade. Me desculpem. Fui pescador, fui servente de pedreiro, e se for necessário voltarei a ser, mas não vou vender a minha honra e minha dignidade. Se amanhã o prefeito Beto não quiser que eu assuma a liderança do governo nesta Casa, por favor que coloque outro”, exclamou o vereador em tom de indignação.
Despreparado para lidar com as pressões inerentes do cargo de vereador, Dilmo se mostrou baixo ao rebater acusações. Fez comparações abomináveis com os membros da imprensa e se revelou um verdadeiro falastrão. Sessão após sessão, sempre que assume a tribuna para se pronunciar o estabanado vereador teima em machucar os ouvidos dos presentes com palavras desconexas, incoerentes, baixas e até mesmo, por que não, imorais.
Não bastasse, o vereador vem ultimamente exibindo seus “talentos como matemático”, o que nos faz rir de tão ridículo que é, isso, claro, para não chorar. Ao defender o presidente da Câmara Evaí Fonseca, no escândalo da licitação para a compra de água e gás para o ano de 2018, Dilmo fez cálculos comparando o seu consumo pessoal com o consumo da Câmara de Vereadores, mostrando que além de atrapalhado e falastrão, pode ser comparado a um camelo, pois para consumir 130 litros de água por dia (fora o que consome em casa), não pode ser considerado como um ser humano normal. Para completar, disse que segundo suas contas, seria totalmente normal se o valor da licitação ou a quantidade de água fossem em números maiores.
Continuando, fez cálculos confusos na tentativa de mostrar que a Câmara deveria ter menos vereadores do que os atuais dezessete. Não que sejamos contra a redução do número de vereadores, mas vamos deixar os cálculos para quem de direito. Rebatendo, o vereador Bolinha disse “que economias deveriam ser feitas nos acordos políticos, que permitem nomear vereadores eleitos para secretarias, abrindo vagas para suplentes assumirem cadeiras na câmara”. Um recado direto a Dilmo, que usufrui desses acordos.
Afirmações como “não serei mais candidato a vereador” e ameaças de colocar o cargo de líder de governo a disposição, soam aos nossos ouvidos, enquanto cidadãos, como alívio, ainda que pequeno, diante da turbulência em que atravessa a política local. Se pelo menos metade dos políticos de nossa cidade tivessem a mesma decisão de Dilmo e abrissem espaço para pessoas com novas ideias, Porto Seguro seria um lugar melhor.
Dilmo ocupa o cargo de vereador desde o ano de 2005, e se permanecer até 2020 serão 16 anos de poder. É certo que não há nada de ilegal neste fato, mas para um Estado Democrático de Direito, permanecer tanto tempo pode soar imoral. De fato, vemos um Vereador que se acostumou com o poder, que não mede mais suas palavras para se pronunciar, e que sempre se posiciona em favor de um governo corrupto.
Esperávamos que o tempo lhe desse experiência para tornar Porto Seguro uma cidade melhor, mas o que vemos é um Vereador estabanado e perdido em meio ao caos político. Seu envolvimento em escândalos tem lhe tirado o tempo de lutar pelos direitos do povo. Por isso, caro Dilmo, agradecemos sua sábia decisão de não se candidatar a vereador.
Excelente matéria Ramon!
Esse vereador vai fazer falta. Era a única diversão da câmara
Rsrs