Com 400 mil mortos, Senado instala CPI da Pandemia e relator diz que há culpados e eles serão responsabilizados

Após uma disputa interna entre governistas e oposição pela presidência e relatoria da CPI da Covid, o Senado federal instalou nesta terça-feira (27/04) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar ações e omissões do governo federal na pandemia e repasses de recursos federais aos Estados para enfrentar a mesma.

Contrário à instalação da Comissão, o governo federal tentou até o último instante evitá-la, mas foi derrotado em todas suas tentativas e assistiu sua instalação em um cenário econômico e sanitário inteiramente desfavorável e tendo na sua composição e condução, sete senadores de oposição e apenas quatro governistas.

A presidência da comissão ficou com o senador amazonense, Omar Aziz (PSD); Vice-presidente, Randofhe Rodrigues (REDE) do Amapá e a relatoria com o Senador Renan Calheiros (MDB) de Alagoas.

O Governo Federal tentou impedir até o momento da instalação, a indicação do Senador Renan Calheiros para a relatoria, mas as alegações dos senadores governistas, inclusive uma liminar de um Juiz Federal nesse sentido, foram ignoradas e Renan foi emplacado como relator.

Em seu primeiro pronunciamento, Renan deu o tom e os rumos que pretende impor ao seu trabalho: “O negacionismo contra a Covis vai ser investigado, mas o contra a CPI, já está provado. Crimes contra a humanidade não prescrevem e eles são transnacionais”, citando casos do ex-presidente da ex-Iugóslavia, Radovan Karodizic, e do ex-presidente, Augusto Pinochet, no Chile; ambos condenados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), após relatórios internos produzidos por seus países.

O relator lembrou também do fatídico 6 de abril quando o Brasil atingiu a marca de 4195 mortos naquele único dia, afirmando que foram mais mortos do que todos brasileiros que tombaram na 2ª guerra mundial e alfinetou o ex-ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello; “Lugar de militar é nos quartéis e de médicos na saúde. Já pensou se mandássemos um infectologista para comandar nossas tropas numa frente de batalha”? Questionou Renan.

EM outra ação a CPI definiu a convocação dos ex-ministros da saúde, Mandetta, Teich, Pazuello e o atual, Murício Queiroga.

O primeiro a depor será o ex-ministro Luís Henrique Mandetta, que é tido como a grande ruptura do governo federal na condução da pandemia da Covid-19. Outro depoimento que também preocupa, e muito, o governo é do General Pazuello, pelo seu temperamento imprevisível e frases destemperadas. Isso sem falar no depoimento do ex-Secretário Especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, que concedeu uma entrevista à veja, onde afirma a incompetência de Pazuello e faz graves críticas ao governo federal na condução da pandemia.

Portanto, temos um governo emparedado, obrigado a entender a história da pandemia, na versão da oposição e de rebelados.

Os depoimentos na CPI se iniciam na próxima terça-feira (4 de maio). A conferir!

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