Câmara deve convocar “audiência pública” para debater “ideologia de gêneros” nas escolas de Porto Seguro

Espera-se que a audiência seja convocada antes que o projeto retorne à câmara para segunda votação.

À exceção dos vereadores Cido Viana e Dilmo Santiago que se abstiveram, Nido que foi contra e Robson Vinhas que se ausentou da sessão, os demais vereadores da câmara de Porto Seguro, votaram “sim”, para o projeto de lei (PL 023/2018) de autoria do vereador “Bolinha”, que proíbe a inserção de conteúdos da ideologia de gênero nas escolas da rede municipal de ensino de Porto Seguro.

A sessão aconteceu nesta quinta-feira, 21/06 e teve o seu plenário tomado por professores, alunos partidos políticos e  ONG’s contrários ao projeto, e de outro lado, pastores e fiéis evangélicos que defendiam o projeto do vereador.

Com uma bancada majoritariamente evangélica, o projeto foi aprovado com certa facilidade, entretanto, a pressão de setores da sociedade, especialmente, professores e alunos da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) e do PSOL (Partido Socialismo e liberdade), liderado pelo presidente e sua maior expressão local, Chico Cancela, garantiram a convocação, por parte da câmara, de uma audiência pública aberta, com a presença de autoridades judiciais, professores, religiosos e a quem mais interessar, para data ainda a ser definida e divulgada pela própria câmara.

Espera-se que a audiência seja convocada antes que o projeto retorne à câmara para segunda votação.

Na sessão, destacaram-se os vereadores Geraldo contador, Bibi Ferraz e o autor do projeto, “Bolinha”, na defesa do PL 023/2018, sendo imensamente criticados e vaiados pelo público presente. “Vai estudar”, “audiência pública”, “também somos família”, “não nos consultaram”, eram as palavras de ordem repetidas em coro, toda vez que esses vereadores tentavam se pronunciar.

Requerimento protocolado pelo PSOL, solicitando uma audiência pública

A decisão de se convocar uma audiência pública, encaminhada pela casa legislativa, foi comemorada pelos grupos contrários ao projeto e que estiveram presentes na sessão, pois davam como certa a aprovação do projeto, devido à maioria evangélica na composição do legislativo local. Inclusive o PSOL já havia protocolado na câmara, pela manhã, requerimento nesse sentido.

O assunto é polêmico em todo o país. A convocação da audiência pública para melhor discutir o assunto, acreditamos que tenha sido uma decisão acertada. É preciso ouvir todos os envolvidos e interessados no tema, para, num esforço e compreensão conjunta, se formate uma proposição consensual e que respeite, além das famílias, a constituição federal.

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