Trancoso: Despertar comemora aniversário trazendo alegria e consciência sobre o lixo

Faltam palavras bonitas no dicionário para descrever o trabalho realizado pela Associação Despertar de Trancoso – ADT – e adjetivar tudo que o projeto vem realizando pela comunidade nos últimos oito anos. E sua festa de comemoração de aniversário comprova isso.

Realizada nesse último sábado, 15 de setembro, a comemoração teve como temática a conscientização do lixo que produzimos. “Sempre fazemos uma ação para comemorar nossos aniversários, com temas dos quais nós trabalhamos. E este ano, escolhemos o lixo”, conta a presidente da entidade, Kelly Fernanda Paduin. Alguns fantasiados, outros não, os voluntários do projeto comandavam a caminhada com as crianças assistidas pelo projeto, percorrendo do Quadrado até a Praça Independência, agitando todos que transitavam pelo trajeto.

Na praça, a ADT realizou diversas apresentações, com capoeira, dança etc, que terminou a noitinha. Para quem esteva presente, foi um momento muito especial, de enorme alegria e diversão. “O mais legal é a emoção de ver essas crianças engajadas. Esse tema do lixo foi muito importante. Elas realmente foram para as ruas, coletando e fotografando. O mais importante foi que eles sentiram a importância. Foram sensibilizados para multiplicarem essa consciência. Eles trabalharam na ONG construindo brinquedos e instrumentos musicais, utilizando o que iria para o lixo”, revela.

Sobre o projeto

Em entrevista ao Jojo Notícias, a presidente fundadora da Despertar, Kelly Paduin, conta sobre como surgiu a ideia de criar a associação e como ela funciona.

Jojo Notícias: quando que passou pela sua cabeça, criar um projeto voltado para comunidade de Trancoso?

Kelly: logo quando eu cheguei aqui, há 11 anos, fui identificando algumas situações. Eu sou da área de turismo e tinha vindo trabalhar numa pousada. Ali, eu fui percebendo que as pessoas, que trabalhavam nas pousadas, não eram daqui da comunidade: recepcionistas, garçons, gerentes, enfim. Então, eu comecei a me questionar sobre isso e sobre a alegação das pessoas que eram daqui. Eles diziam que não havia curso de qualificação profissional e por isso era muito difícil a inserção no mercado de trabalho, foi quando decidi a lecionar inglês, ainda em minha casa para ajuda-los a qualifica-los. Comecei a oferecer uns cursos dentro da área de turismo também. E conversando com os amigos que ia fazendo, senti que vários queriam participar. Chegava uma e me dizia que poderia oferecer teatro, outro pintura. Então, juntamos cinco amigos na época e iniciamos o trabalho.

JN: quantas crianças são assistidas pela ADT?

Kelly: hoje são mais de trezentas, a partir de 8 anos, mas também tem jovens e adultos.

JN: a ADT atende também em outras comunidades?

Kelly: sim. Atendemos nas comunidades rurais de Sapirara e Coqueiro Alto, além de Trancoso.

JN: quantos cursos são oferecidos?

Kelly: trabalhamos em cinco núcleos, sendo o Turismo Sustentável, onde  realizamos um projeto “Vizinhos do Parque” (Parque Nacional do Pau-Brasil), que desenvolvemos nas comunidades do Coqueiro Alto e Sapirara, que estamos criando um novo roteiro turístico, de base comunitária. Nesse projeto oferecemos cursos de qualificação do turismo. Temos o núcleo de Meio Ambiente, que temos o grupo do Mama Trancoso, que é um movimento ambientalista que fazem projetos ambientais. Dentro do núcleo de Esportes, oferecemos Jiu-Jitsu, Capoeira Angola e Futebol. E, por fim, temos os núcleos de Arte e Cultura, onde são oferecidos Dança do Ventre, Lambada, Teatro  e Pintura, num total de 17 projetos atuantes hoje.

JN: quantas pessoas trabalham na instituição de forma voluntária ou não?

Kelly: temos equipe fixa, remunerada e voluntária, num total de 30 pessoas atuando hoje na nossa ONG, sendo 12 voluntários. Os projetos que são patrocinados, podemos remunerá-los.  Por exemplo, na Arte e Cultura não temos patrocínio algum, então todos os professores que atuam nesses núcleos, fazem de forma voluntária.

Jojo Noticias: como a ONG trabalha para arrecadar dinheiro?

Kelly: realizamos campanhas para pessoas físicas e jurídicas, na qualidade de doadores mensais. Ainda não temos muitos doadores, mas os que temos, conseguimos manter esses trezentos alunos. Porém, os projetos que são patrocinados e chegam ao seu termino no contrato agora em outubro, teremos uma queda em novembro de pessoas trabalhando com a gente.  Nós trabalhamos muito por projetos.

 

 

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